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Ibovespa encerra 5º pregão de recorde consecutivo

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A valorização das commodities e a continuidade das perspectivas positivas para a economia doméstica, principalmente com a menor taxa de juros da história, pesaram positivamente sobre o desempenho da bolsa na sessão de negócios desta segunda-feira, 26. O Ibovespa fechou em alta pelo 9º pregão consecutivo, aos 87.652,63 pontos (+0,41%), sendo o 5º recorde histórico. 

A subida foi amparada em boa parte do dia pela forte valorização de ações de empresas, como a Petrobras e Vale, que seguiram o petróleo e o minério de ferro no exterior. Após a abertura dos mercados acionários em Nova York, o Ibovespa tocou pela primeira vez os 88 mil pontos, para depois arrefecer o movimento. 

Só não manteve a aceleração, até acompanhando a força dos seus pares em Wall Street, em parte, por causa de notícias corporativas negativas, como no caso da CCR, avalia Marco Tulli Siqueira, gestor de renda variável da Coinvalores. Hoje a empresa organizou teleconferência para prestar os primeiros esclarecimentos ao mercado sobre as afirmações feitas pelo operador Adir Assad em depoimento de sua delação premiada à Lava Jato. Segundo noticiado na semana passada, Assad afirmou que teria recebido por meio de suas empresas de fachada cerca de R$ 46 milhões de concessionárias de rodovias do Grupo CCR. 

Também contribuiu para limitar a alta do Ibovespa, a correção para baixo das ações de Itaú Unibanco PN (-0,11%) e Bradesco PN (0,00%) na contramão de Banco do Brasil ON (+1,46%) e as Units do Santander (+0,47%). De acordo com um operador, descoladas da trajetória do exterior, essas duas instituições tiveram um dia de correção de suas ações, uma vez que já acumulam ganhos de perto de 30% e de 20%, respectivamente, apenas em 2018.

Nesta segunda, o giro financeiro na sessão de negócios foi de R$ 11,8 bilhões, reforçando o fluxo de entrada para renda variável de investidores tanto estrangeiros como domésticos que vem desde o início deste ano. Marco Tulli Siqueira, gestor de renda variável da Coinvalores, observa que os investidores institucionais brasileiros estão indo buscar maior rentabilidade na bolsa. "Até por obrigação, pois para bater a meta atuarial com a taxa de juros de 6,5%, precisa olhar para renda variável", disse.

Apetite por risco se mantém e dólar fecha em baixa de 0,44%

O dólar teve nesta segunda-feira, 26, a sua terceira baixa consecutiva, favorecida pelo ambiente de apetite por risco no exterior, em combinação com um cenário interno marcado por indicadores econômicos positivos. Com inflação em baixa, arrecadação em alta e firme ingresso de recursos externos, o rebaixamento do rating promovido na última sexta-feira se diluiu quase por completo. Assim, o dólar à vista terminou o dia em baixa de 0,44%, cotado a R$ 3,2262. 

Uma das principais expectativas para o mercado de câmbio nos próximos dias está relacionada aos discursos que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, fará na Câmara, nesta terça-feira, e no Senado americano, na próxima quinta-feira (1º) A aposta majoritária é que ele irá manter o discurso "dovish" que vem sendo sinalizado pela instituição nos últimos dias. Mesmo assim, a cautela entre os investidores se faz presente, principalmente à medida que novos indicadores econômicos locais confirmam o ritmo forte da economia americana.

"Foi um dia tranquilo no mercado. Ainda tivemos um cenário de perspectiva de crescimento mundial e apetite por risco, que faz a liquidez aumentar. Mas isso não quer dizer que vamos continuar assim. A depender do que Jerome Powell disser, o mercado pode buscar uma posição diferente", disse Alessandro Faganello, operador da Advanced Corretora.

Para Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, o investidor está deixando de lado outras questões para apostar numa recuperação sustentada da economia brasileira. "O mercado até que está digerindo bem a não aprovação da reforma da Previdência e o rebaixamento do rating, que deve ainda ser acompanhado pela Moody's", disse o profissional, ressaltando que a divisa vem se mantendo num intervalo bem definido, com a cotação se aproximando dos R$ 3,30 nos momentos de maior estresse e dos R$ 3,20 nos momentos de maior tranquilidade", disse. 

Nos EUA, o dia foi de altas firmes nas bolsas de valores, que se refletiram no mercado brasileiro, com o Índice Bovespa tendo atingido a marca inédita dos 88 mil pontos mais cedo, no intraday. Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta pela terceira sessão seguida, em meio a sinais de interrupção da oferta na Líbia. Na Nymex, o petróleo WTI para abril fechou em alta de 0,57%, a US$ 63,91 por barril. Na ICE, em Londres, o Brent para maio subiu 1,10% e fechou a US$ 64,81 por barril.

Fonte: Estadão Conteúdo