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Ibovespa fecha em nova máxima histórica aos 86.686,44 pontos e alta de 0,74%

Dólar segue influência externa e recua 0,52% ante o real

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Embalado pelos bons resultados corporativos, no plano doméstico, e por bons ventos externos, o Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira (22), pelo sétimo dia consecutivo. Na primeira etapa da sessão manteve-se no nível dos 87 mil pontos, mas isso não se sustentou à tarde. Ainda assim o índice à vista encerrou o pregão aos 86.686,44 pontos, com valorização de 0,74%, e renovando a máxima histórica pelo terceiro dia seguido. 

Analistas destacam que a safra de balanços, em sua grande maioria positiva, contribui para alavancar os negócios na bolsa. "Os resultados corporativos estão bem positivos e os investidores, principalmente estrangeiros, estão olhando para este fundamento da economia brasileira e seguem comprando risco", nota Luiz Roberto Monteiro, operador da Corretora Renascença.

O volume financeiro foi de R$ 11,13 bilhões. Segundo a B3, em fevereiro, o fluxo de não-residentes segue negativo, em R$ 3,9 bilhões. Mas, no ano, o saldo está positivo em R$ 5,6 bilhões.

De acordo com Rodrigo Martins, economista da AQ3 Asset Management, a sessão de negócios foi influenciada pelo rescaldo da divulgação da ata do Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (Fed), com os investidores divergindo sobre a mensagem da autoridade monetária a respeito do número de altas da taxa básica de juros nos Estados Unidos. 

Ainda entre os motivos que sustentaram o bom desempenho do índice está a alta relevante das cotações do petróleo no mercado internacional, após divulgação de queda de estoques e produção acima das estimativas em território americano.

Entre as blue chips, o Banco do Brasil foi destaque de alta, em resposta a um balanço superior às expectativas. Os papéis ON do banco passaram o dia com ganhos acima de 3%, fechando a 3,11%. As ações da Petrobras também apresentaram alta relevante de 2,99% (ON) e 2,42% (PN).

Dólar segue influência externa e recua 0,52% ante o real

O enfraquecimento do dólar no âmbito internacional foi integralmente refletido no mercado de câmbio brasileiro, onde a moeda americana teve nesta quinta-feira (22), a primeira queda da semana. O noticiário interno foi pouco influente, o que acabou por reforçar a referência externa. Assim, expectativas com política monetária internacional e preços do petróleo foram os principais drivers do dia, que contribuíram para levar o dólar à vista a fechar com baixa de 0,52%, aos R$ 3,2490, em um dia de liquidez elevada.

Pela manhã, as cotações chegaram a apresentar instabilidade, em meio a fluxos cambiais e repercussões das atas das reuniões do Federal Reserve (ontem) e do Banco Central Europeu (hoje). No documento divulgado nesta quinta, o BCE sinalizou que dirigentes teriam considerado prematuro alterar a política monetária em janeiro, o que acabou por fortalecer o euro ante o dólar, com influência direta sobre a queda do Dollar Index (DXY) durante todo o dia.

À tarde, o presidente da distrital de Atlanta do Fed, Raphael Bostic, afirmou em conferência bancária que o crescimento econômico americano sugere o gradualismo na condução da política monetária. "O Fed está cuidadosamente calibrando o retorno a uma política monetária mais normal, dado o ritmo de crescimento da nossa economia", afirmou Bostic, que vota nas decisões de política monetária este ano. As declarações reforçaram perspectivas de um Fed ainda "dovish" na gestão de Jerome Powel, que sucede a Janet Yellen.

A forte alta dos preços do petróleo foi outro fator a favorecer a depreciação do dólar, principalmente ante moedas emergentes e ligadas a commodities. Os contratos futuros do petróleo negociados nas bolsas de Nova York e Londres firmaram-se em alta após os dados de estoques dos Estados Unidos apontarem para uma redução inesperada de estoques. Os dados diminuíram os temores quanto ao recente aumento da produção norte-americana. Na Nymex, o petróleo WTI para abril fechou em alta de 1,77%, a 62,77 por barril. Na ICE, o Brent para o mesmo mês subiu 1,48%, a US$ 66,39 por barril.

"O que vimos neta quinta foi a retomada da busca por risco, depois de uma interrupção na quarta, após a ata do Fed. A fala de Bostic acabou por reduzir o temor de um Fed mais 'hawkish', gerado depois da aceleração da inflação", disse Cleber Alessie, operador da Hcommcor corretora.

Fonte: Estadão Conteúdo