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Déficit da Previdência chega a R$ 268,7 bilhões em 2017

Total representa a soma do regime privado (R$ 182,45 bi) com o público (R$ 86,3 bi)

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O déficit somado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado, e dos Regimes Próprios dos Servidores Públicos (RPPS) da União encerrou 2017 totalizando R$ 268,7 bilhões. No setor privado, o rombo ficou em R$ 182,45 bilhões,  o que equivale a 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB). O total é menor do que o previsto pelo governo, que era de R$ 185,8 bilhões. Contudo, representa um aumento de 18,7% com relação a 2016, quando o rombo foi de R$ 155 bilhões. Já o regime dos servidores públicos federais e militares teve déficit de R$ 86,3 bilhões, o que representa um aumento de 11,9% na comparação com 2016. Os cálculos foram divulgados nesta segunda-feira (22) pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda.

No ano passado, o governo arrecadou R$ 377,6 bilhões com as contribuições previdenciárias, e gastou R$ 561,5 bilhões com os benefícios.  

Recorde

O déficit previdenciário atingiu seu pior patamar desde 1995, quando começou a série histórica, O maior aumento proporcional do déficit se deu no setor urbano, com um aumento de 54,7% em relação a 2016, passando de R$ 46,344 bilhões para os atuais R$ 71,709 bilhões. Já o setor rural, apresentou um aumento no déficit de 7,1%, passando de R$ 103,390 bilhões para R$ 110,740 bilhões.

Em 2017, a arrecadação líquida urbana foi de R$ 365,484 bilhões, apresentando um aumento de 4,4% em relação a 2016, quando o valor arrecadado foi R$ 350,217 bilhões. Já a despesa, teve um aumento de 10,2%, passando de R$ 396,561 bilhões para R$ 437,194 bilhões.

No meio rural, foram arrecadados R$ 9,3 bilhões, o que representou um aumento de 17,4% em relação a 2016, quando foram arrecadados R$ 7,920 bilhões, e gastos R$ 120,040 bilhões, um aumento de 7,8%, em relação aos R$ 111,310 bilhões de 2016.

"Os valores das despesas por si são superiores à arrecadação. A despesa cresce em ritmo mais alto que arrecadação, assim, o déficit cresce, em velocidade bastante expressiva, não somente em termos reais mas em proporção do PIB", explicou o secretário de Previdência, Marcelo Caetano.

Reforma da Previdência

Na análise do secretário de Previdência, os números evidenciam a necessidade da reforma da Previdência: "É essencial, a gente observa os números crescerem na ordem de dezenas de bilhões de reais por ano". Em relação a um possível adiamento da análise do texto pela Câmara dos Deputados, prevista para o dia 19 de fevereiro, o secretário foi enfático: "O governo trabalha com a aprovação em meados de fevereiro".

Sobre mudanças no texto, Caetano diz que não há por parte do governo "nenhum compromisso de alteração da emenda aglutinativa" e que qualquer mudança terá que levar em consideração o impacto sobre a igualdade entre os beneficiários, o impacto fiscal nas contas do governo e como a questão se reflete na opinião pública.

A reforma propõe a adoção de uma idade mínima - de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres - e regras de transição com intuito de equilibrar as contas públicas para os próximos anos. Conforme a proposta, trabalhadores do setor privado e servidores públicos deverão seguir as mesmas regras, com um teto de R$ 5,5 mil para se aposentar, e sem a possibilidade de acumular benefícios. Para trabalhadores rurais, idosos e pessoas com deficiência sem condições de sustento as regras não sofrerão mudanças.

Aprovada, ainda este ano, segundo o secretário, a reforma poderá conferir uma redução do déficit do INSS em 2018 de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões