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Petróleo avança em meio a tensões no Iraque após referendo curdo

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Os barris de petróleo negociados em Londres e Nova York voltam a registrar alta nesta segunda-feira (16), chegando ao maior nível em três semanas, motivados por notícias sobre uma escalada na tensão entre tropas iraquianas e forças curdas em região próxima a Kirkuk, província que abriga alguns dos principais campos de petróleo do Iraque. 

No mês passado, os curdos, que dirigem sua própria região semi-autônoma no Nordeste iraquiano, aprovaram em referendo a sua independência, desafiando Bagdá, poderes regionais e os Estados Unidos. 

Às 9h34, o barril de Brent para dezembro negociado na ICE, em Londres, tinha alta de 1,47%, a US$ 58,01. Já o barril de WTI para entrega em novembro, negociado no Nymex, em Nova York, avançava 1,30%, a US$ 52,12. 

Às 17h, o barril de WTI tinha alta de 0,84%, a US$ 51,88. No mesmo horário, o barril de Brent tinha alta de 1,17%, a US$ 57,84. 

Na semana passado, a commodity avançou após queda maior que a esperada nos estoques de petróleo bruto dos EUA, além de dados sobre forte importação da China e sinais de que o mercado finalmente pode alcançar um reequilíbrio. As importações da China, maior importadora de petróleo do mundo, aumentaram 18,7% no mês passado. 

A Opep divulgou nesta quarta-feira (11) seu relatório mensal, no qual aponta projeção de uma demanda maior por petróleo em 2018 e reforça os sinais de recuperação do mercado, destacando os efeitos do acordo iniciado pelo grupo em janeiro. De acordo com o relatório, a projeção de demanda pelo petróleo da Opep para 2018 subiu em 230 mil barris diários, para 33,06 milhões, em relação ao relatório anterior.

Relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) divulgado na quinta-feira, por sua vez, apontou que a oferta global da commodity aumentou 90 mil barris por dia em setembro em relação a agosto, para 97,5 milhões de barris por dia -- alta puxada principalmente pela produção norte-americana. Por outro lado, a entidade apontou que a oferta e a demanda de petróleo bruto serão largamente reequilibradas no ano que vem. 

A Opep firmou um pacto em novembro, iniciado em janeiro deste ano, para congelar cerca de 1,8 milhão de barris diários até junho. Em maio, o prazo foi ampliado em nove meses, até março de 2018. A próxima reunião da Opep está marcada para o dia 29 de novembro, em Viena. Nesta semana, o secretário-geral da Opep, Mohammed Barkindo, informou que consultas estão em andamento para uma possível extensão no acordo de corte, que termina em março, com possibilidade de adesão de mais países. 

Os barris de petróleo, que custavam em torno dos US$ 100 até o final de 2014, chegaram abaixo de US$ 30 no ano passado, devido ao excesso de oferta global.