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'Financial Times': Investidores estrangeiros sustentam Brasil na recessão

Jornal diz que empresas do exterior se mantiveram no país e ajudam na recuperação

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Quando a executivo imobiliário israelense Mia Stark chegou ao Brasil em 2013, a economia do país já estava começando a se direcionar para o que se tornaria a pior recessão da história, diz a matéria publicada pelo Financial Times nesta quarta-feira (26).

Times conta que a presidente-executivo do grupo israelense, Gazit Globe, comprou o controle e a participação em sete propriedades em locais privilegiados na maior cidade do maior país da América Latina, investindo R $ 2 bilhões (US $ 635 milhões) nos últimos quatro anos.

Desde então, Gazit transformou as propriedades que ela controla, que variam de um shopping histórico na área central mais barulhenta de São Paulo, até um centro comercial no luxuoso Morumbi, descreve.

"Quando chegamos ao Brasil, não sabíamos o que iríamos enfrentar", disse Stark. À medida que a economia se deteriorou, diminuindo mais de 7% nos últimos dois anos, ela disse que sua equipe de gerenciamento tomou uma decisão consciente. "Nós dissemos: '"Em vez de negatividade, vamos encontrar negócios. '"

FT avalia que foram os investidores estrangeiros de longo prazo, como a Gazit, que sustentaram a maior economia da América Latina, uma vez que sofreu não apenas a recessão, mas um dos períodos políticos mais tumultuosos de sua história.

A ex-presidente da esquerda do país, Dilma Rousseff, foi acusada no ano passado por violações orçamentárias, enquanto seu sucessor, Michel Temer, foi acusado de corrupção. Temer está lutando contra as acusações, que ameaçaram descarrilar um programa de reforma proposta por seu governo, destinado a restaurar as finanças públicas do naufrágio do país, analisa o diário.

No entanto, os investidores estrangeiros diretos continuaram a despejar dinheiro no Brasil, apesar desses desafios. O país recebeu US $ 78,93 bilhões no IDE durante o auge da recessão em 2016 - o sétimo maior influxo do mundo, de acordo com dados do Banco Mundial.

As empresas e os ativos brasileiros foram mais atraentes após uma depreciação da moeda do país, o real, frente ao dólar, para cerca de metade do seu valor, já que atingiu seus máximos em 2011, aponta.

As fusões e aquisições brasileiras no ano passado totalizaram US $ 46,6 bilhões, dos quais quase US $ 37 bilhões foram feitos por investidores de países estrangeiros, de acordo com a empresa de dados Dealogic. 

A China foi a maior fonte de investimento, com cerca de US $ 12 bilhões em negócios, incluindo uma aquisição de US $ 9 bilhões em uma empresa de eletricidade, seguido pelos EUA e Canadá, cada um com aproximadamente metade desse valor, conclui Financial Times.

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