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'Financial Times': Vale se movimenta para limitar influência do governo 

Jornal destaca aprovação de plano de restruturação da maior mineradora do mundo 

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Matéria publicada nesta terça-feira (27) pelo Financial Times conta que a Vale, maior empresa de mineração de ferro do mundo, aprovou um teste-chave para a governança corporativa brasileira, dando início a primeira fase de um plano de reestruturação que deverá eventualmente reduzir a influência do governo na administração da empresa.

Segundo a reportagem o movimento faz parte de um processo que visa desmantelar a Valepar, o principal grupo de acionistas composto por fundos de pensão do Estado brasileiro, uma unidade do banco Bradesco e o Mitsui do Japão que, junto com o banco de desenvolvimento nacional BNDES, exerceram o controle da empresa.

"Isso faz parte do pacote de transformação da Vale em uma corporação de verdade", disse Peter Taylor na Aberdeen Asset Management. 

Uma das empresas mais importantes do Brasil, após a Petrobras, a Vale foi privatizada há 20 anos, informa FT.

Mas os analistas dizem que tem sido perseguida ao longo dos anos pela preocupação com sua vulnerabilidade à manipulação do governo através da forte influência exercida pelos fundos de pensão do governo através da Valepar, aponta o diário financeiro.

A Valepar detém 53,35 por cento das ações com direito a voto da Vale, mas apenas 33,12% de suas ações em geral, acrescenta.

O plano aprovado na terça-feira inclui criar uma classe de ações com pleno direito de voto. Nesta proposta, os acionistas podem converter suas ações preferenciais sem direito a voto em ações ordinárias com desconto de cerca de 7%, explica o Financial Times. Se pelo menos 54,09 por cento dos acionistas de ações preferenciais concordarem em converter dentro de 45 dias da votação de terça-feira, a conversão será executada.

A nova estrutura permitiria aos fundos de pensão brasileiros, liderados pela Previ - o fundo de previdência do Banco Central do Brasil - reduzir suas participações e gerar liquidez, observa o noticiário.

O Sr. Taylor de Aberdeen disse que, se a conversão prosseguir, a Vale poderia avançar para a listagem do Novo Mercado, um conselho no mercado de ações do Brasil que possui maiores requisitos de governança corporativa.

A inclusão de uma empresa de tamanho e importância da Vale no Novo Mercado marcaria um momento significativo para as ações brasileiras. O quadro é caracterizado principalmente por empresas de pequeno e médio porte.

Mas Taylor disse que as mudanças teriam de ir mais longe. Em particular, a Vale deveria eventualmente aumentar o número de diretores independentes em seu conselho para a maioria, disse ele.

O preço das ações da empresa aumentou 3,5 por cento para R $ 26,64 por ação no meio-dia na terça-feira, finaliza o FT.

> > Financial Times