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'Financial Times': Investidores apostam que crise política não desestabilizará economia

Analistas fazem previsão sobre mercado brasileiro 

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Matéria publicada pelo Financial Times nesta quarta-feira (28) aponta que os mercados do Brasil mudaram muito pouco na terça-feira, apesar da acusação do presidente Michel Temer por corrupção na segunda-feira, já que os investidores apostam que a crise política do país não desestabilizará a economia.

O índice de referência do Ibovespa encerrou com 0,8 por cento em 61.675 pontos e o real brasileiro foi a 0,6 por cento mais fraco em relação ao dólar em R $ 3.314, enquanto o iShares MSCI Brazil Capped ETF perdeu 1,7 por cento, informa o Times.

"O que aconteceu no Brasil não foi inesperado, então o mercado já estava se posicionando para isso", disse Alberto Bernal, estrategista global da XP Securities em Miami.

O diário financeiro lembra que os mercados brasileiros caíram mais de 10 por cento em meados de maio, quando as alegações contra Temer surgiram pela primeira, provocando um colapso que interrompeu temporariamente as negociações na Bolsa de Valores de São Paulo.

Mas as ações e a moeda se estabilizaram, já que os investidores perceberam que, embora o escândalo possa ameaçar um programa de reforma lançado por Temer, a economia continua a se estabilizar depois de sofrer a pior recessão da história nos últimos dois anos, acrescenta FT.

Enquanto a equipe econômica de Temer, liderada pelo ministro das Finanças, Henrique Meirelles, um respeitado ex-presidente do banco central, enfrenta a tempestade política, os analistas acreditam que os investidores continuarão a apostar no Brasil, afirma o periódico.

"A crise de Temer hoje está sendo lida como algo deflacionário", disse André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

Ele disse que a crise política suprimiria o crescimento econômico, levando a uma menor inflação e baixando as taxas de juros de curto prazo, embora o final mais longo da curva possa aumentar um pouco mais do que o esperado à medida que a incerteza aumenta.

Na frente externa, as finanças do Brasil foram robustas, com o país com uma das maiores reservas de divisas do mundo em quase US $ 378 bilhões e a recessão gerando um modesto déficit em conta corrente, observa o Financial Times.

O investimento estrangeiro direto, enquanto isso, ainda é robusto, já que os investidores aproveitaram o real mais fraco para realizar fusões e aquisições. Os investidores também são atraídos pelo potencial das taxas de juros ainda altas do país em relação a maioria do mundo para gerar retornos, disseram analistas ao Financial Times.

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