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'Bloomberg': Política pode ofuscar perspectivas para agenda de reformas do governo 

Noticiário avalia cenário econômico após acusações contra Temer

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Matéria publicada nesta quarta-feira (28) pela Bloomberg conta que o presidente do Brasil, Michel Temer, negou veementemente as acusações de corrupção contra ele feitas pelo procurador-geral do país.

"Eles tentaram me derrubar com um ato criminoso, mas não terão sucesso porque não aconteceu", disse ele em uma coletiva de imprensa televisionada nacionalmente no palácio presidencial na tarde de terça-feira. 

Temer é o primeiro presidente brasileiro a enfrentar acusações criminais no cargo, ressalta Bloomberg.

Em sua defesa mais forte até à data, Temer disse que Rodrigo Janot agiu de forma antiética e deixou escapar seu principal acusador, Joesley Batista, o ex-CEO do gigante da carne, JBS, um "ladrão confessado". O presidente disse que seus detratores estavam tentando paralisar o país que está cambaleando com estas acusações contra ele. 

"Minha vontade é continuar a trabalhar para o Brasil, gerar crescimento e emprego", afirmou.

Em seguida, Janot emitiu uma declaração dizendo que as acusações contra a Temer baseavam-se em "provas amplas" e cumpriam o requisito constitucional de que "ninguém está acima da lei", descreve a Bloomberg.

Se o caso for julgado e o presidente for considerado culpado, ele ficará afastado de seu mandato e poderá ser preso. Com a expectativa de mais acusações de Janot nas próximas semanas, o Supremo Tribunal de Justiça e o Congresso tendo que votar sobre a possibilidade de abrir um julgamento potencialmente demorado, a política pode ofuscar as perspectivas para a agenda de reforma do governo favorável ao mercado.

"Agora é ainda mais difícil votar em qualquer coisa", disse Luis Antonio Covatti, legislador do Partido Progressista na coalizão governante de Temer. "O governo usará toda sua energia para sobreviver".

Indicativo de crescente tensão no Congresso, os legisladores da oposição estão intensificando seus esforços para avançar processos de impeachment atualmente arquivados no Congresso, de acordo com o deputado Alessandro Molon, do partido da Rede. Ele descreveu o discurso do presidente como um insulto à nação.

Outros estão determinados a bloquear a legislação governamental. "Nós vamos obstruir", disse José Guimaraes, do Partido dos Trabalhadores. "Não iremos votar em nada até que Temer se vá."

> > Bloomberg