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'Bloomberg': Brasil será capaz de fazer reformas, mesmo que Temer não fique

Reportagem diz que mercado de ações do país está reagindo bem 

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Matéria publicada nesta segunda-feira (29) pela Bloomberg afirma que apesar dos investidores estarem fugindo do Brasil, os preços das ações indicam que a maior economia da América Latina ainda deve ser capaz de implementar reformas que beneficiarão o crescimento, apesar de um escândalo de corrupção que atrapalhou o presidente Michel Temer.

A reportagem conta que o índice Bovespa de ações caiu 8,8 por cento depois da revelação de um áudio no dia 18 de maio em que Temer aprovou um acordo para pagar o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para não testemunhar na lava jato. A maior queda de um dia do benchmark desde a crise financeira de 2008 veio em meio à maior incerteza e preocupação de que a implicação de Temer no escândalo o impedisse de instituir um programa de reformas considerado crítico para tirar o Brasil de uma recessão de dois anos que reduziu a economia 3% no ano passado.

Bloomberg aponta que legisladores e um terço do governo de Temer foram envolvidos no escândalo da Operação Lava jato, que descobriu o suborno sistemático de funcionários públicos em troca de contratos com empresas estatais e privadas.

A Bovespa sofreu pouca alteração desde que as notícias surgiram e os preços das ações sugerem que o pior já passou para o país em termos de revelações corporativas e políticas prejudiciais. Mais especificamente, os preços no índice Bovespa indicam que o potencial para as ações do país compensam o risco. Em outras palavras, o mercado prevê que os investidores irão receber mais adiante pelo o montante de risco aplicada na queda.

Um gráfico da Bloomberg mostra como a atratividade do Índice Brasileiro de Patrimônio Líquido melhorou desde o escândalo de 18 de maio. Muito parecido com uma corporação que se recupera depois de revelar uma série de notícias nocivas de uma só vez - o chamado "grande banho" - o Brasil pode agora estar em posição de se concentrar em seus problemas, em vez de ignorá-los, e Implementar as mudanças necessárias para restaurar o crescimento e a integridade do sistema político, diz o texto.

Bloomberg enumera alguns exemplos: As ações da Royal Dutch Shell Plc subiram 35% em 14 meses depois de terem sido cobradas US $ 8,2 bilhões em outubro de 2015 por causa de fracassados ??projetos de exploração no Alasca e em outros lugares. A Volkswagen AG tornou-se a maior montadora do mundo em volume e suas ações avançaram 23% em dois meses depois de terem sido retirados US $ 7,5 bilhões em outubro de 2015, após a admissão de que havia enganado os testes de emissões de veículos a diesel.

O noticiário acrescenta que Temer disse que vai avançar com reformas que ajudaram a retomar o índice de ações da Bovespa e a moeda brasileira, o real, aos melhores desempenhos em mercados emergentes no ano passado. Ele aprovou uma lei que limita os aumentos de gastos orçamentários futuros a zero em termos reais, embarcou em reformas impopulares de aposentadorias e previdência que buscam elevar a idade de aposentadoria para 65 anos e está planejando reformular leis educacionais, trabalhistas e tributárias antes das eleições de 2018.

O Brasil deverá voltar a crescer em 2017, registrando um aumento de 0,7% no produto interno bruto, acelerando para 2,3% no próximo ano, de acordo com um consenso publicado pela Bloomberg em 26 de maio. O mercado de ações tende a acompanhar.

O mercado de ações reflete um otimismo crescente e maior do que acima média,inclusive para a valorização do real, sugerindo que o Brasil será capaz de fazer as reformas, mesmo que Temer não sobreviva, conclui a Bloomberg.

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