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'El País': Sem pressa em negociar com Mercosul, UE prioriza Japão

Bloco europeu prevê acordo com América latina só em 2018 

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Matéria publicada nesta segunda-feira (20) pelo jornal espanhol El País conta que hoje é uma data importante nas relações entre o Mercosul e a União Europeia (UE), já que pela primeira vez desde 2012, negociadores dos dois blocos se reunirão, em Buenos Aires, para dar continuidade à negociação de um acordo comercial que já dura vários anos. 

Segundo a reportagem a expectativa da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países que atualmente compõem o bloco regional, é que haja um entendimento sobre isso ainda em 2017, ao menos no que diz respeito ao marco político do eventual tratado. Mas o otimismo sul-americano pode se chocar com a lista de prioridades da Europa, que está prestes a alcançar um acordo comercial com o Japão. 

> > El País La Unión Europea se toma con calma las negociaciones con Mercosur y prioriza a Japón

O diário afirma que o diálogo com o Mercosul precisará passar pela solução de questões que até agora impediram qualquer acordo, sobretudo com relação às reivindicações da América do Sul em questões agrícolas e da Europa quanto à propriedade intelectual e o livre acesso das suas empresas às licitações públicas dos países do Mercosul.

De acordo com o noticiário o relançamento das relações entre o Mercosul e a UE é a reação natural à política de fechamento de fronteiras impulsionada pelo presidente Donald Trump nos Estados Unidos. O Mercosul respondeu inicialmente se aproximando da Aliança do Pacífico (bloco liberal integrado por Chile, Peru, Colômbia e México) e redobrando os esforços para resolver gargalos estruturais que freiam seu próprio comércio interno. Um acordo com a UE é outra das questões pendentes, num momento em que Bruxelas também procura novos sócios comerciais. 

“A Europa está fortemente comprometida com o comércio internacional, mesmo que as tentações protecionistas estejam reaparecendo”, afirmou o presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk, durante a última cúpula europeia, na semana passada. 

O priódico aponta que o compromisso da UE com a abertura comercial continua sobre a mesa, apesar das dificuldades que a Europa enfrentou para implementar o CETA (um pacto com o Canadá) e de o TTIP (com os Estados Unidos) estar na geladeira, não só por causa do escasso apetite norte-americano, mas também porque os principais países europeus, com Alemanha e França à frente, estão muito céticos sobre esse acordo.