ASSINE
search button

'The Economist': Credores da Grécia são principal obstáculo para resolver problemas do país

A maior diferença agora está entre o FMI e os europeus

Compartilhar

Artigo publicado pela The Economist analisa a situação financeira atual da Grécia. O texto começa apontando que se a História se repete primeiro como tragédia e depois como farsa, ela continua depois disso como intermináveis repetições dos dramas da dívida grega. O roteiro é cansativo e familiar. Os credores europeus da Grécia estão tentando fechar a segunda revisão de seu terceiro salvamento, assinado em agosto de 2015. 

De acordo com The Economist isso lhes permitiria emprestar à Grécia os fundos necessários para atender a 6,3 bilhões de euros (US $ 6,7 bilhões) de amortizações de títulos com vencimento em julho. Mas as conversas encalharam antes de uma reunião dos ministros das finanças da zona do euro em Bruxelas, em 20 de fevereiro. Os rendimentos dos títulos aumentaram, os ministros alemães estão emitindo comentários com farpas e a poeira está sendo despejada dos arquivos Grexit.

> > The Economist Greece’s creditors are now the main impediment to solving the country’s woes

A revisão abrange tudo, desde cuidados de saúde aos salários militares, descreve Economist. Mas graças à pressão do FMI, que ainda não se juntou ao resgate, como fez nas duas anteriores, a Grécia enfrenta demandas mais urgentes: passar reformas fiscais e de pensões no valor de 2,5% do PIB. O governo de Syriza, de extrema esquerda, de Alexis Tsipras, lutará para obter essas medidas pelo parlamento, mas a alternativa é convocar eleições que Syriza provavelmente perderia contra a Nova Democracia, um partido de centro-direita. Milhares de agricultores foram para as ruas em Atenas por indignação a medidas de mais austeridade. Os sindicatos estão ponderando fazer mais protestos.

A Grécia tornou-se um espectador de sua própria tragédia, aponta Economist. As condições associadas ás fianças reduzem drasticamente o controle do governo sobre a política econômica. Para muitos gregos, isso torna a política em si inútil: 17% não conhecem uma proposta que apoiam (ou não dizem), enquanto 15% não votarão. 

O que distingue o drama de hoje é a disputa entre os credores da Grécia. Estes remontam à complexa arquitetura dos resgates da zona do euro, construídos com pressa em 2010. Mas hoje o debate é mais público e potencialmente mais sério, conclui The Economist.

A maior diferença é entre o FMI e os europeus. Tirando pela experiência, o fundo está zelosamente guardando sua credibilidade. Os governos europeus não acreditam que a Grécia precisa de alívio da dívida. Mas eles insistem na participação do FMI no resgate porque não confiam na comissão para supervisionar os gregos. Os alemães e holandeses não aprovarão desembolsos adicionais sem o fundo. Isso dá ao FMI um veto efetivo. Mas tem seus próprios problemas. Seu conselho, que deve aprovar a participação, é dividido. A maioria dos funcionários do FMI está cansado da Grécia.