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Receita líquida da indústria de máquinas e equipamentos cai 19% em janeiro

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A receita líquida da indústria de máquinas e equipamentos caiu 19% em janeiro em comparação com dezembro do ano passado. Em relação ao mesmo mês de 2016, a receita ficou estável, registrando aumento de 0,3%. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

De acordo com a associação, “os sinais do mercado continuam contraditórios com relação a uma possível recuperação da economia”. “Mesmo diante de uma retomada da economia, a indústria de máquinas e equipamentos deve ser a última a voltar a crescer em função do elevado nível de ociosidade da indústria que leva ao adiamento dos investimentos produtivos”, diz a entidade.

A indústria de máquinas e equipamentos encerrou janeiro deste ano com 292,4 mil pessoas ocupadas, o que representa uma queda de 6,1% (ou 18,9 mil empregados a menos) em relação a janeiro do ano passado. Com isso, o número de pessoas ocupadas do setor voltou para o nível de 2004 (em maio daquele ano, eram 290,3 mil empregados). “Desde 2013, quando teve início a queda de faturamento da indústria de máquinas, foram eliminados mais de 87 mil postos de trabalho no setor”, diz a Abimaq.

A associação disse que a valorização do real voltou a prejudicar a competitividade da indústria de transformação brasileira. “O cenário para a taxa de câmbio melhorou ligeiramente com a vitória de [Donald] Trump na eleição presidencial dos EUA, por causa do aumento da incerteza somado à expectativa de alta da taxa de juros norte-americana. Mas no último mês a moeda brasileira voltou para a casa dos R$ 3,10”.

Em janeiro deste ano, as exportações caíram 38,7% em relação ao mês imediatamente anterior e 12,4%, na comparação com o mesmo mês de 2016. “Um dos poucos vetores para a saída do setor da crise brasileira, as exportações, deixa de existir”, disse a entidade.

Os principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos são, pela ordem, América Latina, Estados Unidos e Europa. Em 2017, houve um aumento na participação da América Latina nas exportações brasileiras e queda das exportações para a Europa. A participação da China, que no início de 2016 foi significativo, em 2017 não apresentou resultado expressivo.

O desempenho das importações manteve a tendência de estabilidade observada no último trimestre de 2016. Em janeiro de 2017, a importação cresceu 0,4%, na comparação com o mês de dezembro do ano passado. Na comparação com janeiro de 2016, a queda foi 15,6%.