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'Financial Times': Vale firma acordo de pulverização de controle 

Plano visa melhorar liderança corporativa e elevar a negociação de ações do grupo

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Matéria publicada nesta quarta-feira (22) pelo Financial Times fala sobre o acordo firmado pela Vale, mineradora brasileira, que propõe tornar a empresa uma sociedade "sem controle definido", em uma iniciativa que visa aumentar a transparência e a igualdade de direitos para todos os detentores de ação. 

Segundo a reportagem Murilo Ferreira, diretor-presidente da Vale, descreveu as mudanças propostas como sendo algumas das mais significativas desde que a empresa foi privatizada em 1997.

Financial Times destaca que o movimento para eliminar o pacto de acionistas controladores segue especulações na mídia local de que políticos do governo de coligação governamental buscam substituir Ferreira com seu próprio candidato, alimentando a preocupação dos investidores de que a Vale continua sujeita à influência do Estado.

> > Financial Times Vale welcomes move by leading investors to end power pact

Conhecidos como Valepar, os acionistas controladores da Vale são os japoneses Mitsui, os fundos de pensão brasileiros no grupo Litel e os bancos brasileiros Bradesco e BNDES.

"Neste processo, você pode esperar um aumento significativo na liquidez das ações da empresa", disse Ferreira a analistas.

As ações da Vale subiram 5,6% para R $ 34,06 por ação durante a negociação nesta segunda-feira (20). 

A Previ, fundo de previdência do Banco do Brasil e sócia líder da Litel, é a maior acionista da Vale, com participação indireta de 15,5%, diz o diário financeiro.

A Previ disse estar satisfeita com o plano de dissolução do pacto da Valepar, uma vez que liberaria seu estoque das restrições do acordo de acionistas controladores e lhe proporcionaria maior flexibilidade para o comércio.

"A gestão da Previ tem trabalhado nos últimos anos em busca de alternativas [ao Pacto Valepar] que gerem liquidez e valor agregado [para a Previ]", afirmou a Previ.

Atualmente, os membros do Pacto Valepar possuem ações ordinárias, mas muitos outros investidores possuem ações preferenciais.

O noticiário acrescenta que sob as alterações propostas, cada ação preferencial detida por investidores não-Valepar será trocada por ações ordinárias. Os diferentes tipos de ações seriam então eliminados com todos os detentores de ações detentoras de ações ordinárias. O número de ações detidas por ex-integrantes do Pacto Valepar deverá aumentar em 10%. Outros investidores veriam suas participações diluídas.

A eliminação das diferentes classes de ações ajudaria a melhorar a governança da Vale, disse a empresa.

A Vale seria listada na Bolsa de Valores do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo, BM & FBovespa, reservada às empresas que buscam altos padrões de transparência.

O atual pacto da Valepar deverá expirar em maio. Sob as mudanças propostas, duas extensões temporárias a este acordo durariam até 2020, após o que a Vale deixaria de ser controlada pelos membros da Valepar.

As alterações propostas estão sujeitas a uma votação de investidores minoritários, como são necessários  54 por cento das ações preferenciais da Vale aprovar o plano para que ele siga adiante, finalizou Financial Times.