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Rússia e outros países fora da OPEP concordam em cortar produção de petróleo

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Acordo histórico tenta reverter a onda de queda da commodity, que este ano chegou a mínimas de US$25.

A Rússia e várias outras nações que não fazem parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) se comprometeram a reduzir a produção de petróleo no próximo ano em uma reunião em Viena, unindo forças com a OPEP para acabar com o excedente que derrubou o valor dos barris nos últimos anos.

De acordo com o Ministro do Petróleo iraniano, Bijan Namdar Zanganeh, o pacto brevê a redução de mais de 600 mil barris por dia na produção dos países a partir de janeiro. O acordo, o primeiro entre países dentro e fora da OPEP, é o primeiro em 15 anos. 

Anteriormente, os preços do barril já vinham subindo em 15% desde o anúncio da OPEP do corte na produção em menos 1,2 milhão de barris por dia, o primeiro em oito anos. Nesta semana, os valores giraram em torno de US$55, uma recuperação moderada frente aos US$ 25 atingidos em janeiro — o menor valor desde setembro de 2003 —, mas ainda distante dos US$146 vistos em julho de 2008, quando atingiu máximas históricas.

Entenda a crise A queda dos preços nos barris de petróleo pode ser explicada por dois fatores. A primeira é a queda na demanda da Europa — que não se recupera economicamente na velocidade esperada — e na Ásia, cujo ritmo de crescimento deu uma arrefecida nos últimos três anos. 

O segundo e mais importante é o aumento de produção de óleo à base de xisto, sobretudo no Canadá e nos Estados Unidos. A produção norte-americana da commodity disparou e está em níveis recordes nos últimos 30 anos, com mais de 9 milhões de barris por dia. 

O xisto é uma rocha que depois de ser aquecida libera gases e óleos ricos em hidrocarbonetos leves. Ele é um composto intermediário ao carvão mineral e ao petróleo, motivo pelo qual pode ser utilizado como alternativa ao petróleo tradicional.

Para inviabilizar a produção do concorrente, países com grandes reservas de petróleo aumentaram sem freios, a produção diária. Isso fez com que o petróleo alcançasse mínimas históricas, ao passo que prejudicou economias nas quais o produto é a base das balanças comerciais, como Venezuela e Rússia.