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'WSJ': Exploração de diamantes no mar pela De Beers dá alívio à Anglo American

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Matéria publicada nesta sexta-feira (21) pelo The Wall Street Journal conta que a uns 20 quilômetros do extremo sudoeste da costa atlântica na África, uma máquina de vácuo de 285 toneladas operando a mais de 120 metros abaixo do nível do mar suga do fundo do oceano alguns dos diamantes mais valiosos do mundo. O rastreador, que custou US$ 10 milhões, faz parte de uma operação singular de mineração marinha de diamantes batizada de Debmarine Namíbia. A mina marinha, uma joint-venture entre a De Beers, unidade da mineradora britânica Anglo American PLC, e o governo desse país desértico e pouco povoado, tem sido uma rara fonte robusta de receitas num setor de commodities que continua definhando.

Segundo a reportagem a operação remota e secreta, só pode ser acessada por uma viagem de helicóptero de 30 minutos da pacata Oranjemund, um vilarejo construído pela indústria de mineração de diamantes para abrigar os trabalhadores e suas famílias em “Sperrgebiet”, ou área proibida, onde os diamantes no passado eram garimpados com pás e bateias em dunas de areia. A Anglo American está cortando custos, vendendo a maioria de seus ativos e demitindo mais da metade de seus funcionários. Mas a De Beers — que respondeu por 42% do lucro da mineradora antes de juros e impostos no primeiro semestre de 2016, está injetando grandes somas na operação de mineração marítima, que vem extraindo alguns dos diamantes de mais alta qualidade do mundo.

O Journal afirma que operações como a Debmarine destacam como as mineradoras estão sendo forçadas a explorar novas tecnologias e reservas à medida que a produção de minas mais antigas escasseia, reduzindo a oferta mundial de diamantes.

De acordo com o texto os diamantes marinhos geram um fluxo de receita lucrativo para a De Beers na Namíbia, um país que não é conhecido por ter jazidas de quimberlito, as rochas de chaminés vulcânicas de onde as pedras são geralmente extraídas. A exploração marítima tem sido uma dádiva em termos de receitas fiscais.

O WSJ diz que as operações namibianas da De Beers já extraíram cerca de 16 milhões de quilates do fundo do mar e cerca de 62 milhões de quilates em terra. A Debmarine acredita que há no mínimo a mesma quantidade de diamantes ainda disponíveis no mar.