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Crise não afeta mercado de cirurgia plástica

Setor apresenta estabilidade em meio á atual recessão

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Não é novidade que a economia brasileira passa por dificuldades: inflação aumentando a cada dia, maior endividamento e inadimplência e, as vendas, em inúmeros setores, caindo. Uma projeção feita por especialistas do Banco Central (BC) indica que o país terá uma retração de 3,2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.  

Enquanto alguns segmentos estão calculando os prejuízos causados pela estagnação da economia brasileira, o mercado da beleza vem crescendo acima da inflação. Segundo dados mais recentes da Sociedade Internacional de Cirurgia plástica (ISAPS), o Brasil é o segundo no ranking mundial de cirurgias plásticas, com mais de 1 milhão de procedimentos realizados ao ano, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

A médica Carolina Paiva Rebouças explica que um dos motivos para esse crescimento é o fato de que a preocupação com a estética não é mais vista como algo meramente superficial: “É muito importante que a pessoa se sinta bem como se vê na frente do espelho. Muitos pacientes chegam na consulta com problemas que afetam a sua autoestima e com a forma que enxergam o seu corpo, por exemplo. E isso mexe muito com a forma que essa pessoa se impõe socialmente. 

As cirurgias não se limitam somente à aparência, existe todo o aspecto psicológico envolvido, tanto no campo pessoal quanto profissional", completa a cirurgiã.  E esse crescimento não deve apenas a participação das mulheres. Em cinco anos, quadruplicou o número de homens que se submetem a cirurgias plásticas estéticas, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Entre 2009 e 2014, a quantidade de procedimentos passou de 72 mil para 276 mil ao ano. Em todo o país foram realizadas 712.902 intervenções estéticas somente em 2014.

Para a Dr. Carolina os homens estão notavelmente mais vaidosos: "Os homens não estão mais com medo de se cuidar, e acho que isso acontece um pouco para acompanhar as mulheres que estão sempre se cuidando. Além disso, o preconceito em relação a homens que procuram o auxílio de cirurgia plástica para se sentirem melhor com sua aparência, atualmente, já não existe tanto, principalmente porque eles sabem que o resultado consegue ser muito natural", comenta a especialista.

De acordo com a pesquisa da SBCP, a procura por cirurgias estéticas começam em torno dos 16 anos, quando predominam as cirurgias de ginecomastia, que reduz o mamilo do seio, e lipoaspiração, para retirada de gordura. Outra importante fatia do mercado de quem procura a intervenção estética são homens mais velhos.