ASSINE
search button

'Clarín': China lidera a nova revolução

Compartilhar

Matéria publicada neste domingo (14) pelo Clarín conta que o mercado chinês de IoT cresceu para US$ 193 bilhões em 2015 e aumentaria para US$ 361 bilhões em 2020. Abrange linhas aéreas, empresas de telecomunicações e fornecedoras de equipamentos. O número de conexões inteligentes chegou a 80 milhões em 2015 e superaria 360 milhões em cinco anos. Esse desenvolvimento explosivo do sistema cibernético integrado adicionaria US$ 736 bilhões ao PIB chinês – só na indústria de manufaturas – em 2030. Nos EUA, US$ 40 milhões em 2015 e US$ 150 milhões em 2020. A IoT entrou em uma fase superior tecnologicamente. Surgiram quatro protocolos globais – Siemens, GE, China Mobile, Huawei – que estabelecem os softwares para conectar automaticamente a indústria do mundo por meio da “nuvem” (cloud computing), a nova revolução tecnológica além da internet.

Reportagem afirma que as áreas cruciais da nova revolução industrial são “Internet das Coisas” e robotização. E a China lidera as duas. A partir de 2013, o país comprou mais robôs industriais por ano do que qualquer outra grande potência manufatureira (Alemanha, Japão, Coreia do Sul). No ano passado, a China comprou 66.000 robôs (no mundo inteiro foram vendidos 240.000) e neste ano superaria o Japão como o maior operador mundial de robôs industriais. Isso acontece em um momento em que o custo dos robôs diminui 20% por ano e suas capacidades melhoram 5% por ano. A robotização na China está apenas começando. O país dispõe de 36 robôs a cada 10.000 trabalhadores industriais, enquanto que a Alemanha tem 292, o Japão tem 314 e a Coreia do Sul, 478.

O Clarín fala que no ritmo atual, que triplica por ano, a China atingiria o nível sul-coreano em 2030. O governo chinês prevê que mais de 80% das 340.000 fábricas do cinturão manufatureiro costeiro que vai de Shenzen/Hong Kong até Xangai se voltarão à robotização nos próximos 15 anos. A China desencadeou uma política deliberada de robotização de sua indústria, incentivada, financiada e liderada pela condução política. O motivo essa decisão estratégica é o rosto irredutível da necessidade econômica. A força de trabalho chinesa está se reduzindo em termos absolutos e o país teria 40 milhões de operários a menos em 2030. Ao mesmo tempo, a renda per capita está crescendo acima do PIB nominal (8% anual/6,5% por ano em 2015). Por isso, os salários reais cresceram 20% ao ano a partir de 2009. Mao disse que a única forma de conduzir uma tendência é acelerá-la.

O jornal argentino acrescenta que a China só pôde crescer a partir da inovação desde 2009, quando completou a convergência estrutural (ingresso per capita/alta da produtividade) com os EUA. Por isso a liderança chinesa na nova revolução industrial tem, até agora, um significado quantitativo, e não qualitativo. O qualitativo na robótica é a fabricação de novos equipamentos, tecnologicamente mais avançados, e não o fato de ser o maior comprador. Os fabricantes de robôs chineses, com tecnologia própria, se especializaram em equipamentos mais baratos (20% a 30% inferiores em preço aos alemães e japoneses) e adequados às exigências locais. Falta a tecnologia de ponta, ainda nas mãos da alemã ABD e da japonesa Kuka. A liderança autenticamente inovadora da nova revolução industrial é decidida na fronteira tecnológica. O desenvolvimento capitalista é desigual e combinado e as diferenças de produtividade marcam os saltos qualitativos que o caracterizam. A nova revolução industrial na China está baseada em um movimento maciço de inovação, realizado por meio do comércio pela internet.

Clarín conclui que mais de 40 milhões de novos empreendedores surgiram a partir de 2009 e esse número cresce a uma razão de 4 milhões a 5 milhões por ano. A inovação na China é um movimento de massas, e não um monopólio dos laboratórios, provocado por uma cultura de criatividade. A China pode ocupar a fronteira da nova revolução industrial dentro de cinco a 10 anos.