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'FT': Brasil dobrou número de pedidos de falência em menos de um ano

Matéria diz que a mais profunda recessão gera recorde e novos padrões de empréstimos

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Matéria publicada nesta quinta-feira (30) pelo jornal britânico Financial Times fala sobre o cenário político e econômico do Brasil. 

O periódico econômico analisa que o Brasil está em sua mais profunda  recessão em décadas, após um período de extrema bonança. Uma onda de falências está acontecendo em muitos setores do país, e gerando grandes oportunidades para os investidores de dívidas corporativas.

Na semana passada, comenta o Financial Times, a operadora de telecomunicações Oi pediu sua falência. A maior já registrada no Brasil. A empresa com sede no Rio de Janeiro, maior operadora de telefonia fixa do Brasil, calcula sua dívida em R $ 65 bilhões (US $ 19 bilhões) após a reestruturação.

O FT acrescenta que depois de encolher 3,8 por cento em 2015, a economia do Brasil deve contrair mais de 3 por cento novamente este ano. Em setembro do ano passado, a classificação de crédito do país foi rebaixada pela Standard & Poors ao status de lixo, tornando ainda mais difícil a situação das empresas brasileiras, inclusive para explorar os mercados de dívida internacionais. Com o aprofundamento da crise política do Brasil, com a suspensão de Dilma Rousseff, a economia deve demorar a se recuperar. 

"Sem uma recuperação econômica sustentada e uma reforma política, o acesso ao crédito deve ser difícil", escreveram analistas da Fitch Ratings em um relatório. 

"No Brasil, as empresas menos sólidas enfrentam mais obstáculos para refinanciar suas dívidas".

Para muitas empresas já é tarde demais. De acordo com os últimos dados do Serasa Experian, as empresas brasileiras apresentaram 409 pedidos de proteção contra falência no primeiro trimestre deste ano, o que representa mais do que o dobro do número do ano anterior.

De acordo com Moody, a agência de classificação, a Oi deve ao BNDES e bancos estatais como a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, cerca de R $ 13 bilhões.

No entanto, afirma o Financial Times, como o novo governo interino do Brasil começou a fazer mudanças, há sinais de que a crise do país pode ser atenuada. No entanto, o Brasil deve se preparar para os pedidos de falência ainda maiores, pois as empresas ainda estão sentindo os efeitos da crise econômica e política, diz Fábio Rosas, especialista em reestruturação de importantes empresas do Brasil.

"Durante os próximos 18 meses provavelmente veremos mais casos de falência como da Oi ou ainda maiores".