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'Clarín': Macri criou expectativas altas para 2°semestre, mas economistas estão divididos

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O jornal argentino Clarín publicou uma matéria nesta terça-feira (31) sobre os cinco assuntos que devem dominar o debate econômico da Argentina no segundo semestre. A seguir, um resumo de todos eles.

1. A recuperação será no fim do ano ou em 2017

O economista Javier González Fraga disse na semana passada que "a reativação virá no ano que vem". Já o economista Fausto Spotorno, da consultoria econômica Ferreres & Asociados e que faz o levantamento diário dos indicadores de atividade, diz que a recuperação será no último trimestre deste ano, como consequência da colheita de grãos, da obra pública e de uma melhora dos salários. Para Pedro Rabasa, da consultoria Empiria, "um começo de recuperação no terceiro trimestre não é improvável", mas ele diz que só haverá consolidação no ano que vem.

2. O dólar está barato?

Essa é uma pergunta que se escutará cada vez mais, porque na sexta-feira (27) o dólar fechou a 13,91 pesos, o nível mais baixo em quatro meses. E também porque há certo consenso no governo de que se não houver apreciação nominal a inflação não diminuirá. Sendo assim, os comentários sobre o atraso cambial provavelmente escalem no segundo semestre. Mas alguns já se adiantaram. O economista Nicolás Dujovne diz que "estamos prestes a entrar em uma zona complicada em termos da relação entre tipo de câmbio real e crescimento". Rabasa concorda: "Já não sobra nada para o tipo de câmbio e ele está em uma zona onde não há mais margem para perder terreno". 

3. O gasto público e o vermelho fiscal

O economista da connsultoria Estudio Bein, Martín Vauthier, disse que a projeção do déficit fiscal para este ano é maior que a esperada: de 4,8% do PIB passou para 5,1%. "Cada vez que o governo negocia abre um pouco a carteira". E o economista Federico Muñoz diz: "O comportamento fiscal no restante de 2016 provavelmente não será tão austero como o do primeiro quadrimestre".

4. A inflação diminuiu?

Os próximos índices mostrarão números mais baixos que os de janeiro-maio. Para Dujovne a taxa anualizada até o fim do ano será de cerca de 20%. O debate será sobre se isso foi virtude do governo ou culpa do atraso do dólar e da recessão. Spotorno e Rabasa concordam: a batalha contra a inflação está a ponto de ser ganha.

5. E se os Estados Unidos amentarem as taxas?

Dentro de 15 dias, a Reserva Federal poderia aumentar as taxas. Foi o que disse Janet Yellen, do FED, nesta semana. Então a discussão será sobre o impacto desse aumento na economia argentina. A recuperação demoraria mais para chegar? Para o economista Miguel Kiguel, diretor da consultoria Econviews, também de Buenos Aires, um eventual aumento da taxa nos Estados Unidos passaria despercebido na Argentina, já que o nível de endividamento do país ainda é baixo.