ASSINE
search button

Meirelles anuncia Ilan Goldfajn para Banco Central e nova equipe econômica

Compartilhar

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou na manhã desta terça-feira (17) o nome de Ilan Goldfajn, economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco, para a presidência do Banco Central. Ele foi diretor de Política Econômica do BC, no mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e no início do governo Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2000 e 2003.

Ele terá que ser sabatinado e ter o nome aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Meirelles disse também que o governo remeterá ao Congresso Nacional Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para retirar o status de ministério do Banco Central, que terá autonomia técnica e de decisão. O ministro disse que o BC irá desempenhar o seu papel na execução da política monetária e cambial.

Goldfajn é economista, tem mestrado pela PUC-Rio e doutorado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ele já atuou em organizações como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e as Nações Unidas.

>> Meirelles: projeto que dá autonomia ao BC é avanço em relação a acordo verbal

>> Meirelles: Tombini vai assumir cargo no governo

>> Meirelles mantém nos cargos os atuais secretários da Receita e do Tesouro

No seu histórico profissional também está a diretoria do Centro de Debates de Políticas Públicas. Foi também diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa em Economia da Casa das Garças, sócio-fundador da Ciano Consultoria, sócio-fundador e gestor da Ciano Investimentos e sócio da Gávea Investimentos, onde foi responsável pelas áreas de pesquisas macroeconômicas e análise de risco.

O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, considerou a escolha de Goldfajn positiva. “Acho um nome excepcional, muito qualificado com passagem pelo governo, com muitos trabalhos publicados, acadêmicos, na área de política monetária. Tem experiência do lado público e do lado privado. E acho que ele tem credibilidade com sobra para poder cortar os juros”, disse.

O professor de macroeconomia do Ibmec-RJ e economista da Órama Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Alexandre Espírito Santo também ressaltou a formação acadêmica de Goldfajn e a experiência no mercado financeiro e no BC. 

“É um dos mais competentes e preparados economistas que o país tem. Já mostrou isso quando foi diretor do Banco Central e tem uma formação extraordinária, acadêmica. Tem muita experiência como economista e sócio do Itaú”, disse.

Para o professor do Ibemec, haverá uma transição “bem tranquila” no BC. “A atual equipe do Banco Central também é muito competente. Pode ter um pouco de divergência em termos de pensamento econômico, mas vai ser uma transição tranquila. Aliás, na minha cabeça parece que vai ser a única transição tranquila pela competência de ambos. Tanto de quem vai sai, quanto de quem vai entrar”, acrescentou Espírito Santo.

Mansueto, Carlos Hamilton e Marcelo Caetano são anunciados para Fazenda

O novo Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda é Mansueto Facundo de Almeida Jr. Meirelles também anunciou os nomes dos economistas Carlos Hamilton, para a Secretaria de Política Econômica, Marcelo Caetano para a Secretaria de Previdência; e a manutenção de Jorge Rachid na Receita Federal e de Otávio Ladeira no Tesouro Nacional.

Antes de se nomeado, Mansueto chegou a comentar que seria difícil fazer um ajuste para equilibrar as contas públicas até 2018 sem aumentar tributos. Nas últimas eleições, fez parte da equipe de Armínio Fraga, que seria o ministro da Fazenda caso Aécio Neves (PSDB) fosse eleito.

Mansueto é formado em Economia pela Universidade Federal do Ceará e mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP). Cursou Doutorado em Políticas Públicas no MIT, Cambridge, nos Estados Unidos, mas não defendeu a tese. É funcionário licenciado do Banco Central.

Mansueto também é técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e assumiu os seguintes cargos em Brasília: coordenador-geral de Política Monetária e Financeira na Secretaria de Política Econômica no Ministério da Fazenda entre 1995 e 1997, assessor da Comissão de Desenvolvimento Regional e de Turismo do Senado Federal, de 2005 a 2006 e assessor econômico do senador Tasso Jereissati.

A Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda, que fica com Marcelo Caetano, incorporou a área da Previdência Social na reforma ministerial feita por Michel Temer. Caetano deve tocar os estudos para a reforma do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Ele é graduado em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e iniciou o doutorado pela PUC do Rio de Janeiro. Também foi pesquisador da London School of Economics (LSE) em Londres.

“Marcelo Caetano tem como finalidade formular uma política de previdência no Brasil. Ontem fizemos uma reunião com centrais sindicais e, nessa reunião, houve a definição de uma proposta para reforma da Previdência Social em 30 dias. Foi a minha recomendação. É a minha sugestão e acho que é um prazo adequado. Não temos uma proposta pronta e não vamos fazer nada precipitado”, declarou Meirelles.

Carlos Hamilton, que fica com a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, é ex-diretor de Política Econômica do Banco Central, e trabalhou com Meirelles no grupo J&F Investimentos, gestor de várias empresas, entre elas a Friboi.

Hamilton se formou em Engenharia Civil em 1989 na Universidade Federal do Ceará (CE), fez mestrado e doutorado em Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi professor de Macroeconomia na Fundação Getúlio Vargas e no IBMEC do Rio de Janeiro. Exerceu diversas funções no Banco Central e foi analista da Secretaria do Tesouro Nacional e do Banco do Estado do Ceará.

"Carlos Hamilton será o formulador das políticas macroeconômicas que vão fundamentar as ações do governo federal, na medida em que fui encarregado pelo presidente Michel Temer de ser o coordenador da política econômica do governo", disse Henrique Meirelles.

* Da Agência Brasil