Uma possível suspensão do Tratado de Schengen, com reintroduções dos sistemas de controle de fronteira na União Europeia, geraria um gasto extra de cinco a 18 bilhões de euros ao ano para o bloco, de acordo com estimativas da Comissão Europeia apresentadas nesta terça-feira (3).
O Tratado de Schengen, que regulamenta a livre circulação pela zona da UE, tem sido questionado desde o ano passado devido à crise de imigração que atinge o continente. Alguns países que são porta de entrada de refugiados defendiam a limitação da passagem pelas fronteiras europeias para conter o fluxo de imigrantes, que já é o maior desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Em um evento na Universidade de La Sapienza sobre o futuro da UE, o ministro da Economia da Itália, Pier Carlo Padoan, afirmou hoje que uma suspensão do acordo "é mais perigosa para o bloco do que a crise" econômica dos últimos anos. Por sua vez, o comissário europeu Dimitris Avramopoulos garantiu, em entrevista à ANSA, que o Tratado de Schengen "não está morrendo". "Pelo contrário, a Comissão Europeia está fazendo de tudo para restaurá-lo e trazê-lo à normalidade. Mas, para ir adiante, precisamos tomar passos intermediários. O que queremos atingir não acontece do dia para a noite, e sim com um processo gradual", afirmou Avramopoulos.
No mês passado, a Áustria anunciou a construção de uma barreira na passagem de Brennero, na fronteira com a Itália, para conter a entrada de imigrantes ilegais. A medida gerou críticas da UE e de organizações de direitos humanos. Atualmente, 30 países assinam o Acordo Schengen, sendo todos os membros da União Europeia (com exceção de Irlanda e Reino Unido) e três nações que não fazem parte do bloco (Islândia, Noruega e Suíça). Liechtenstein, Bulgária, Romênia e Chipre estão em fase de implementação do tratado. (ANSA)