Matéria publicada nesta terça-feira (3) pela agência Bloomber NY, analisa que depois de ampliarem a oferta de crédito a pedido da presidente Dilma Rousseff, os bancos estatais do Brasil poderão enfrentar mais problemas no futuro. O Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES estão vendo os custos dos empréstimos subirem no mercado de títulos em relação aos de seus pares do setor privado no momento em que a mais longa recessão brasileira em um século está provocando o aumento da inadimplência.
Segundo a reportagem, os bancos estatais estão mais vulneráveis aos problemas do Brasil após terem ampliado o crédito a uma média anual de 14,1% entre 2012 e 2015 enquanto Dilma, que enfrentará uma votação de impeachment no Senado neste mês, tenta, sem sucesso, reanimar o crescimento na maior economia da América Latina. O aumento contrasta com o de menos de 1% de bancos privados, como Itaú Unibanco e Bradesco.
“O pior está por vir” para os bancos estatais do Brasil, disse Alejandro García, chefe para instituições financeiras latino-americanas da Fitch Ratings.
A Bloomberg afirma que as assessorias de imprensa do Banco do Brasil e da Caixa não quiseram comentar o assunto. A assessoria do BNDES disse em nota que o banco conta com baixos níveis de inadimplência, abaixo da média de seus concorrentes.
O texto da Bloomberg destaca que durante os cinco anos de governo de Dilma, os bancos superaram seus similares do setor privado como os maiores fornecedores de crédito do Brasil, em grande parte por meio de financiamentos subsidiados para programas sociais. Entre eles, está o programa de financiamento imobiliário “Minha Casa, Minha Vida”, popular entre brasileiros de baixa renda, implementado principalmente pela Caixa.
“Dada sua exposição sem precedentes aos mercados de crédito do País, no varejo e no atacado, os desafios que eles enfrentarão nos próximos anos são muito maiores que o das recessões das décadas de 1980 e 1990”, disseram os analistas Edgard Dias e Sergio Garibian, da S&P Global Ratings, em um relatório de 26 de abril.