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'WSJ': Império de Elon Musk é sustentado por estruturas financeiras incomuns

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Matéria publicada nesta sexta-feira (29) pelo The Wall Street Journal, conta que desde outubro de 2014, a SolarCity Corp., provedora americana de energia solar, vinha tentando atrair investidores individuais, emitindo US$ 214 milhões do que chama de “títulos solares”, no site da empresa. De longe, o maior comprador foi a fabricante de foguetes Space Exploration Technologies Inc., incluindo US$ 90 milhões de uma emissão de US$ 105 milhões realizada no mês passado.

Segundo a reportagem, os títulos foram um “excelente investimento”, disse o empresário bilionário Elon Musk ao The Wall Street Journal. E ele sabe mais sobre as empresas do que ninguém. Musk é o maior acionista de ambas, presidente do conselho da SolarCity e diretor-presidente da SpaceX. O executivo de 44 anos construiu um império empresarial como nenhum outro no mundo, alimentado por um apetite voraz por risco e uma confiança inabalável. As três empresas que lidera — SolarCity, SpaceX e a montadora Tesla Motors Inc. — valem, juntas, quase US$ 50 bilhões.

De acordo com o Journal, As linhas de crédito são garantidas por cerca de US$ 2,51 bilhões em ações que Musk possui na SolarCity e na Tesla, com base em seus preços de fechamento de quarta-feira (27). Poucos altos executivos usam suas próprias ações como garantia para empréstimos pessoais porque pode ser arriscado para os demais acionistas e também porque suscita o receio de que seus interesses pessoais possam entrar em conflito com os da empresa. Se a cotação das ações despencar, isso poderia desencadear uma chamada de margem que exigiria que o executivo vendesse as ações ou apresentasse novas garantias para pagar o empréstimo. Em documentos enviados à SEC, a Tesla revelou a possibilidade de chamadas de margem ligadas aos empréstimos de Musk que “poderiam levar o preço das ações ordinárias a cair ainda mais”.

Alguns especialistas em governança corporativa e analistas dizem ser ainda mais questionável que Musk tome emprestado grandes quantias garantidas por ações da SolarCity e Tesla, agora que elas são grandes empresas de capital aberto. “Como analista, geralmente é um sinal de alerta para mim quando empresas e gestores direcionam empréstimos para firmas nas quais têm interesses pessoais ou financeiros”, diz Nathan Weiss, fundador e analista sênior da firma americana de pesquisa independente Unit Economics LLC.