Matéria publicada no jornal The World Post, nesta quinta-feira (28), fala sobre o período de turbulência pelo qual o Brasil atravessa ha um ano, com o processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff, protestos contra e a favor do governo por todos os Estados, e os meios de comunicação noticiando os mínimos detalhes do sofrimento dos brasileiros.
O jornal diz que é importante dar um passo atrás e se observar que existe muito mais acontecendo do que as manchetes exaltam. Vamos lembrar que de 20 anos para cá, o Brasil deu importantes passos para atingir seus objetivos e potencial.
O texto destaca que desde 1990, quando foi criado o Plano Real por Fernando Henrique Cardoso, na época Ministro das Finanças, e depois presidente, permitiu ao seu sucessor Luiz Inácio Lula da Silva, presidir uma economia em crescimento e implementar programas sociais. Esta combinação retirou cerca de 40 milhões de pessoas da pobreza na primeira década do século 21.
Segundo a reportagem do jornal The World Post, a economia do Brasil contraiu 3,8 por cento em 2015, e esse número pode ser ainda maior em 2016. A inflação atingiu 10 por cento no final de 2015, embora já esteja em declínio este ano, e o déficit fiscal também atingiu dois dígitos. Estes desafios econômicos poderiam ser solucionada através de reformas políticas decisivas, mas em meio a uma crise política, com a multiplicação de escândalos de corrupção, a economia sofre e o povo ainda mais.
As fissuras são mais profundas do que um partido político, e não serão resolvidas com a retenção ou demissão de um político em particular. O Brasil atingiu um momento decisivo. Pode-se dizer que o país está em uma encruzilhada.
Encruzilhada economica
A economia do Brasil, que causava inveja ao mundo na década de 2000, tem um fraco desempenho desde 2011, contraindo desde o final de 2014. Em essência, o modelo de crescimento modelo do Brasil, que correu tão bem durante alguns anos de "supercycle", não se sustentou por muito tempo. Sem dúvida, o maior desafio para a economia brasileira é fiscal. Se o sistema de pensões não for reformulado, os gastos vão crescer exponencialmente à medida que o número de idosos aumenta mais rapidamente do que o de pessoas em idade ativa. Simplificando, o Brasil não pode permitir isso.
Encruzilhada política
Se a crise econômica parece difícil, a político é ainda mais intratável. Independentemente do que acontecer nas próximas semanas, o sistema político brasileiro permanecerá em desequilíbrio, lutando para chegar a uma estabilidade.
No entanto, a crise política tem raízes muito mais profundas. Desde a transição para a democracia na década de 1980, o sistema político se dividiu em dezenas de partidos, muitos sem conteúdo e real comprometimento com o povo e sim o desejo de um cargo público.
Com as coalizões se fragmentando, a capacidade de alguém implementar a reforma econômica fica cada vez mais improvável.
Conclusão
Então, qual é o melhor caminho para o Brasil? É importante pensar em um crescimento mais duradouro, baseado no aumento da produtividade. Isto inclui estratégias de longo prazo, e atenção voltada para os setores de infra-estrutura e educação, frequentemente esquecidos. A curto prazo, o Brasil poderia buscar maior envolvimento no comércio global, para melhorar sua competitividade.
Brasil está em uma encruzilhada. Mas a vantagem é que o cruzamento oferece diferentes caminhos e opções. Vale lembrar que o Brasil mantém o seu enorme potencial. Mas para alcançá-lo, deve escolher o caminho certo da estrada.