Matéria publicada neste sábado (6) no The Wall Street Journal, analisa que pequenas variações no yuan causaram grandes oscilações nos mercados mundo afora e o dólar tem disparado em relação a quase todas as moedas.
Em meio a isso, formuladores de políticas econômicas e financeiras estão defendendo uma tática que já foi execrada como sendo uma ferramenta só adotada por economias com as piores administrações: os controles de capital.
A reportagem fala que Haruhiko Kuroda, presidente do Banco do Japão, pareceu se desviar do padrão do pensamento econômico no fim de janeiro, quando sugeriu que a China poderia se beneficiar da adoção de rígidos controles de capital. Nos últimos anos, Índia e Nigéria intensificaram as restrições ao acesso de seus cidadãos a moedas estrangeiras, numa tentativa de limitar as saídas de capital provocadas pela decisão do Federal Reserve, o banco central americano, de recuar em seu programa de compra de títulos de dívida.
Os controles também estão retornando ao debate intelectual. “A suposição geral era que a liberalização da balança de capital era sempre boa e que os controles de capital eram quase sempre ruins”, diz Olivier Blanchard, que entrou no Fundo Monetário Internacional em 2008, como economista-chefe, e deixou a instituição no ano passado. “Eu tenho visto o pensamento mudar, em parte porque ele já estava errado naquela época, especialmente na crise.”
O atual apoio aos controles de capital se baseia em uma mudança de curso no FMI há cerca de cinco anos. Após pressionar os países para que liberassem o fluxo de capital durante anos, o fundo surpreendeu os mercados e autoridades econômicas ao endossar e até recomendar a adoção de controles em alguns casos para reduzir os fluxos de investimento que causam instabilidade.