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Primeiro passo para conter a crise é resolver aspecto fiscal, afirma Levy

Em evento na FGV, o ministro reforçou a necessidade de aprovar as medidas no Congresso

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Para o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, o primeiro passo para a contenção de qualquer crise advém do aspecto fiscal. "Se resolver o lado fiscal rápido, a demanda também responde rápido", afirmou o economista nesta segunda-feira (23). O primeiro passo, de acordo com ele, é acertar o Orçamento de 2016. 

Presente no seminário "Reavaliação do Risco Brasil", promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Levy criticou a demora na votação de projetos pelo Congresso Nacional - o que, segundo o ministro, pode obrigar o governo a aumentar alíquotas para fechar suas contas. 

O ministro ainda reforçou que a formulação do ajuste fiscal já chegou a seu fim. "Há poucas dúvidas de que o Brasil tem que evoluir do ponto de vista regulatório, sem por em risco direitos", argumentou. Para ele, é importante mesclar medidas fiscais e políticas monetárias. "Se a gente não resolver a questão do gasto, continuará tendo problema com juros no longo prazo. O financiamento da nossa economia se torna difícil com essa questão", completou.

Na opinião de Levy, ter mercado no longo prazo é o que permitirá ao Brasil a retomada de seu crescimento. "Só vamos conseguir chegar a esse financiamento mais normal se resolvermos a questão fiscal. O desafio atual é a solidez fiscal que permita a gente ter um mercado de mais longo prazo, que vai permitir financiar a economia brasileira", explicou.

De acordo com o ministro, a construção civil é um dos únicos setores com financiamento no curto prazo. Isso porque ainda existe uma parte de recursos liberados no meio do ano, por meio do compulsório; no longo prazo, entretanto, ele afirma que o FGTS não é suficiente. 

Ainda se atendo ao curto prazo, Levy lembrou que a desvalorização do real frente ao dólar incentiva a substituição de importações e beneficia segmentos específicos, como o de turismo. Por isso, o ministro entende que o setor terá significativa contribuição no crescimento do país nos próximos quatro ou cinco anos. 

Além desses segmentos, o economista vê bastante competitividade na indústria de máquinas, equipamentos, aviação e biologia. "Nós temos uma base. Se simplificar a tributação, a própria alfândega, se desburocratizar, temos uma situação muito favorável em relação a outros países", afirmou.

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