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SABMiller aceita oferta de compra da AB InBev por US$ 109 bi

Empresas respondem por mais de 30% das cervejas vendidas

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A britânica SABMiller, número dois do mundo no setor de cervejas, aceitou a última oferta de compra da líder do setor, a AB InBev, de capital belga e brasileiro, pelo equivalente a 109 bilhões de dólares (96 bilhões de euros), uma das maiores aquisições da história.

O grupo com sede em Londres explicou que o Conselho de Administração alcançou um acordo com a AB InBev, segundo qual a empresa número um do mundo pagará por cada ação da SABMiller por 44 libras esterlinas, o que eleva o valor da companhia britânica a 71,2 bilhões de libras (09 bilhões de dólares).

A cervejaria que tem os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sucupira entre os seus principais acionistas vinha negociando com bancos para obter o financiamento necessário para fechar a aquisição da concorrente. Cerca de 10 instituições, como Bank of America, Satander e Deutsche Bank estariam discutindo com a maior cervejaria global.

A fusão da AB InBev com a SABMiller unirá tradicionais marcas de cerveja, como Budweiser, Corona, Stella Artois, Pilsner Urquell, Grolsch e Peroni, e daria à empresa resultante uma forte presença nos EUA, China, Europa, África e América Latina. Juntas, a AB InBev e a SABMiller respondem por mais de 30% dos volumes de cerveja vendidos mundialmente.

Se ao valor da compra for adicionada a dívida do grupo, a SABMiller fica avaliada em quase 80 bilhões de libras (122 bilhões de dólares, 108 bilhões de euros).

O preço de compra representa uma valorização de 50% na comparação com a cotação do título em 14 de setembro, antes dos boatos sobre uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) que elevaram o preço, destacou o Conselho de Administração da SABMiller.

Para obter o acordo, a AB InBev teve que aumentar quatro vezes sua oferta, recorda o Conselho em um comunicado.

O negócio pode enfrentar questões com as autoridades regulatórias, especialmente nos mercados americano e chinês. O Departamento da Justiça dos EUA poderia obrigar a SAB Millera vender sua participação na MillerCoors, nos EUA, e o novo grupo teria que abrir mão dos 49% da SAB em uma associação que opera na China.

Outro complicador é que a SABMiller é a maior engarrafadora da Coca-Cola no mundo, enquanto a AB InBev tem acordos com a rival PepsiCo.

Por Denise de Almeida