Segundo dados preliminares de medição coletados entre os dias 1º e 6 de outubro de 2015 pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o consumo de energia elétrica no Brasil teve queda de 3,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na mesma base de comparação, a geração apresentou recuo de 3%. As informações constam na última edição do boletim InforMercado Semanal - que traz dados de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais.
A análise do desempenho da geração indica que, em outubro, 62.091 MW médios de energia foram entregues ao Sistema Interligado Nacional (SIN). A produção das usinas eólicas registrou 2.847 MW médios, um aumento de 30,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Já as usinas hidráulicas tiveram queda de 1,2% com a geração de 42.875 MW médios no mês e representatividade de 69% em relação a toda energia gerada no país, índice 1,2 ponto percentual superior ao registrado em 2014.
Em outubro o consumo de energia elétrica somou 59.789 MW médios com redução tanto no mercado cativo (ACR), no qual os consumidores são atendidos pelas distribuidoras, quanto no Ambiente de Contratação Livre (ACL), em que consumidores compram energia diretamente dos fornecedores. O consumo cativo registrou 45.818 MW médios, uma diminuição de 2,4%. Já os agentes livres consumiram 13.971 MW médios, 6,7% a menos do que no mesmo período do ano passado.
Entre os segmentos industriais que adquirem energia no ACL, os setores de extração de minerais metálicos (+12,3%) e químico (+3%) registraram elevação. Nos demais, houve queda no consumo com os ramos de veículos (-22,5%), bebidas (-21,6%) e madeira, papel e celulose (-14,3%).
A análise dos dados de agentes autoprodutores - isto é, empresas que investem em usinas próprias devido à grande demanda por eletricidade - aponta aumento de 29,9% na geração e queda de 5% no consumo em outubro. O setor de transporte (-24,1%), metalurgia e produtos de metal (-16,7%) e madeira, papel e celulose (-16,2%) foram os que mais contribuíram com os índices. Apesar da redução, empresas que atuam nos segmentos químicos (+55,1%), extração de minerais metálicos (+11,2%) e manufaturados diversos (+6,8%) ampliaram o consumo em relação ao mesmo período do ano passado.
O relatório divulgado pela CCEE também apresenta estimativa de que as usinas hidrelétricas integrantes do Mecanismo de Realocação de Energia – MRE gerem, na segunda semana de outubro, o equivalente a 93,6% de suas garantias físicas, o que corresponde a 43.423 MW médios em energia elétrica.
Por Ana Siqueira