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Ibovespa fecha em alta pelo sexto pregão consecutivo, mesmo após dados do FMI

Índice subiu 0,29%, para 47.735 pontos; incertezas políticas também não impediram alta

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O Ibovespa garantiu, no pregão desta terça-feira (6), sua sexta alta consecutiva, mesmo com notícias negativas nos âmbitos político e econômico. O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou projeções pessimistas para a economia global; apenas para o Brasil, a entidade prevê retração de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015. Além disso, a votação dos vetos da presidente Dilma Rousseff foi adiada para amanhã, pesando na avaliação dos investidores. 

O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo chegou a operar nos 48 mil pontos na máxima do dia, mas passou a zerar ganhos com o noticiário negativo. No fim dos trabalhos, entretanto, o Ibovespa voltou a subir e encerrou a sessão em leve alta de 0,29%, aos  47.735 pontos. Movimento foi similar a Wall Street, onde os índices Dow Jones Industrial e S&P 500 operaram entre leves ganhos e perdas. 

De acordo com as novas projeções do FMI, a economia global terá crescimento de 3,1% em 2015, 0,2 ponto percentual abaixo das estimativas anteriores. No caso do Brasil, o Fundo prevê retração de 3%. A agência Moody's também se manifestou, divulgando relatório em que também estima uma retração de 3% para o PIB brasileiro neste ano. Mais tarde, seu analista sênior Mauro Leos disse não ver possibilidades de rebaixamento do rating soberano do país em curto prazo, mas ressaltou a importância do ajuste fiscal.

No cenário doméstico, o mercado se frustrou com adiamento da votação dos vetos presidenciais. A sessão foi remarcada para as 11h30 de amanhã (7). O julgamento das contas públicas de Dilma no Tribunal de Contas da União (TCU) também acontecerá nesta quarta-feira. As polêmicas envolvendo o pedido de afastamento do ministro Augusto Nardes, sob a acusação de que ele antecipou seu voto em entrevistas à imprensa, aumentam a visibilidade do assunto.

Ainda no campo político, se intensificam os rumores de que o ministro da Fazenda Joaquim Levy poderá ser substituído por Henrique Meirelles na direção da pasta. Mudança seria um pedido do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e, se efetivada, demonstraria a influência do petista nas decisões do governo Dilma.

No Ibovespa, destaque para as ações da Petrobras, que anunciaram cortes de US$ 28 bilhões para US$ 25 bilhões em seu plano de investimento. No fechamento do pregão, as ações ordinárias (PETR3) da estatal subiam 5,21%, a R$ 9,89. No caso das preferenciais (PETR4), avanço foi de 4,73%, a R$ 8,19. 

Dólar volta a cair, fechando abaixo de R$ 3,95

Em novo dia de desvalorização ante o real, o dólar fechou o dia em queda de 1,48%, cotada a R$ 3,8429 na venda. Esta é sua menor cotação desde 16 de setembro. Na terceira sessão seguida em queda, o recuo do dólar frente à moeda brasileira acompanhou seu movimento internacionalmente. Desempenho foi positivo para o real, mesmo com a renovação no quadro de incertezas políticas e econômicas que rondam o Brasil.

No mês, o dólar acumula queda de 3,09%. No ano, entretanto, a moeda norte-americana ainda apresenta valorização de 44,54%. Nos últimos dias, o movimento de alta das moedas emergentes advém de apostas de que o Federal Reserve, dos Estados Unidos, adiarão novamente os juros norte-americanos. 

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade a seu programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro. Até agora, o BC já rolou US$  2,046 bilhões - cerca de 20% do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões

Bolsas europeias fecham em alta na expectativa de novos estímulos do BCE

As principais bolsas europeias fecharam o pregão desta terça novamente em terreno positivo. Desta vez, fracos dados econômicos vindos da Alemanha, a maior potência da zona do euro, influenciaram a alta. Com as notícias, a probabilidade de que o Banco Central Europeu anuncie novas medidas de estímulo à economia do continente aumentou, animando os investidores. 

Na manhã de hoje, o Ministério da Economia alemão informou que as encomendas à indústria caíram 1,8% na comparação entre agosto e julho. A expectativa do mercado era mais otimista, prevendo avanço de 0,3%. O resultado reflete o baixo crescimento mundial, que acompanha a desaceleração da China.

Além das expectativas em relação às ações do BCE aumentarem, também ficou no radar dos investidores a probabilidade de que o Federal Reserve, dos Estados Unidos, adie mais uma vez a alta dos juros norte-americanos. 

No encerramento da sessão, o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,58%, aos 360,41 pontos. Em Londres, o avanço das commodities impulsionou fortes altas nas ações da petroleira BP (+2,74%) e da mineradora Anglo American (+4,26). O índice FTSE-100 avançou 0,43%, para 6.326,16 pontos.

Em Frankfurt, o índice DAX-30 teve alta de 0,90%, aos 9.902,83 pontos. A bolsa de Paris teve ganho similar, de 0,95%, chegando a 4.660,64 pontos. A de Milão subiu 0,92%, fechando o dia na máxima de 22.182,65 pontos. A bolsa de Madri avançou 1,32%, para 10.103,30 pontos, enquanto o principal índice de Lisboa ganhou 1,18%, aos 5.461,71 pontos.

Bolsa de Tóquio fecha em alta de 1%

As bolsas da Ásia também fecharam em alta nesta terça com exceção de Hong Kong. O índice Hang Seng fechou em baixa de 0,10%, aos 21.831,62 pontos.

As bolsas chinesas permanecem fechadas até o quarta-feira (7) devido ao feriado nacional.

Em Tóquio, o Nikkei 225 fechou em alta de 1%, aos 18.186,10 pontos; em Cingapura, o Straits Times teve alta de 1,38%, aos 2.890,27 pontos; em Taiwan, o Taiwan Weighted subiu 0,50%, aos 8.394,10 pontos; em Seul, o Kospi avançou 0,63%, aos 1.990,65 pontos.

A alta da bolsa de Tóquio foi impulsionada pelo acordo comercial histórico firmado entre os EUA, o Japão e outros dez países ao redor do Pacífico, o Transpacífico (TPP, na sigla em inglês).

No encerramento em Sydney, o índice S&P/ASX 200 avançou 0,33%.

Por Ana Siqueira