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Levy afirma que ajuste fiscal vai garantir crescimento

Ministro da Fazenda lembrou a importância da CPMF para equilíbrio das contas do governo em 1999

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Na manhã desta segunda-feira (5), o ministro da Fazenda Joaquim Levy reforçou a importância das propostas de cortes de gastos e aumento de receitas para que a economia brasileira retome o crescimento . O ministro afirmou que os resultados do reequilíbrio fiscal realizado em 1999 comprovam os efeitos positivos da política econômica proposta atualmente pelo governo federal.

"Quando se cria segurança fiscal, rapidamente a economia se recupera, ainda mais a brasileira, que é diversificada, grande, com todo potencial de crescimento. Assim foi em 2000, um ano depois dos ajustes, quando o país passou a crescer 4,5% por ano. Esta é a agenda da retomada", disse Levy.

Para Levy, após a solução do quadro fiscal, a política monetária poderá ser relaxada, já que os riscos da economia serão menores. O ministro reafirmou a importância das propostas da equipe econômica do governo enviadas ao Congresso: "Hoje, acertar a situação fiscal significa manter os vetos e acertar o Orçamento de 2016, que tenha uma meta no resultado primário compatível com a dívida. Antes dos gastos, precisamos cuidar para que as despesas não cresçam de maneira inconsistente com a capacidade tributária do país", afirmou.

O ministro comparou a situação vivida hoje ao começo do segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Naquela época, a economia enfrentou uma série de desafios, [o país] parou de crescer e houve necessidade de uma grande mudança de políticas econômicas. O ponto fundamental deste realinhamento foi o fortalecimento fiscal, que teve, em parte, redução de despesas e fortalecimento de novas receitas, inclusive a prorrogação da CPMF. E deu resultado, o reajuste se traduziu numa recuperação econômica muito rápida".

Levy ainda avaliou que o país deve se antecipar à retomada do crescimento para que não sofra com os gargalos de infraestrutura, como ocorreu em 2001. "O problema é que, após a retomada em 2000, nós passamos a enfrentar o problema da oferta, agravado pela situação da infraestrutura, que foi o acidente elétrico em 2001. É uma lição", disse o ministro em sua palestra na abertura do evento "20 anos da Lei de Concessão", promovido pelo Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura (Ceri) da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.

Também participaram da abertura do evento o vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, e o secretário do Tesouro do Reino Unido, Jim O'Neill, que criou o acrônimo Bric em referência às economias de Brasil, Rússia, Índia e China. Em seu discurso, o economista britânico disse que a crise também pode ser uma oportunidade de aprimoramento do ambiente de investimentos e da infraestrutura do país.