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Para prêmio Nobel de Economia, banqueiros são responsáveis pela crise econômica no mundo

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Em entrevista à Folha de S.Paulo, o vencedor do prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, atacou os bancos, que, segundo ele, especialmente com as práticas anti-competitivas na área de cartão de créditos, são responsáveis pela crise econômica mundial.

O economista norte-americano está lançando seu novo livro, “The Great Divide”, com pano de fundo no histórico crescimento econômico dos EUA, que teve início na eleição de Ronald Reagan, quando as pessoas mais ricas passaram a pagar menos impostos e o resultado foi a desregulação da economia e a centralização do setor financeiro.

De acordo com a reportagem, o rápido avanço industrial e a ascensão das classes médias ficaram no passado. O fim da União Soviética eliminou a competição ideológica e frustrou planos de inclusão para a maioria da população. Ao mesmo tempo em que encolhiam os projetos de ajuda aos mais pobres, o bem estar das grandes corporações foi aumentando.

É baseado na história norte-americana que o Nobel de economia desenvolve seu livro “The Great Divide”. A obra disseca os movimentos que levaram a rupturas e desagregações das últimas décadas na sociedade dos EUA.

Sua reflexão sobre o estrito mundo econômico é feita com uma linguagem contundente e didática, e apresenta sua reflexão a respeito do comportamento da elite, cada vez mais aquém das necessidades do restante da população.

Para Stiglitz, os americanos aprenderam durante a crise que “ajudar os outros não é algo bom apenas para a alma, mas é bom também para os negócios”. Ele reforça a ideia de que a elite não consegue entender que o futuro dela está diretamente ligado com o da maioria da população.

"A história mostra que isso é algo que, no final, o 1% mais rico pode aprender muito tarde. Do 1%, pelo 1%, para o 1%", como disse em um famoso ensaio publicado em 2011 pela revista “Vanity Fair”, e que serviu de inspiração para protestos contra Wall Street.

Em geral, o Nobel de Economia defende uma maior cobrança de taxas para os mais ricos. “O 1% mais rico abocanha um quarto da renda e 40% da riqueza dos EUA. Há 25 anos, essas percentagens eram de 12% e 33% respectivamente. Políticos e parlamentares fazem dessa superelite e atuam em função dela”.