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Com alta de 41% em 2015, dólar chega a R$ 3,77 e Ibovespa fecha em alta 

Índice foi puxado por valorização dos papeis da Petrobras, Vale e siderúrgicas

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O dólar fechou esta quarta-feira (2) em nova alta, chegando a valorização de 41% apenas em 2015. Neste pregão, quarto avanço seguido da moeda, a cotação final foi R$ 3,7598 para venda, acréscimo de 1,94% frente ao dia anterior e maior valor desde dezembro de 2002. Durante o pregão, a máxima foi de R$ 3,77. 

O mercado já questiona a atuação do Banco Central (BC), avaliando a possibilidade de intervenções cada vez maiores para conter o câmbio. Na manhã de hoje, o BC vendeu a oferta total de 9,45 mil contratos de swap cambial tradicional para a rolagem do lote que vence no próximo mês. Ao todo, a autoridade monetária já rolou US$ 915 milhões, cerca de 10% do total de US$ 9,458 bilhões, mas ainda não conseguiu reprimir a alta da moeda norte-americana.  

Segundo dados do próprio BC, a instituição registrou prejuízo, de janeiro de 2015 até a última sexta-feira (28), de aproximadamente R$ 71,93 bilhões com contratos de swap cambial. O banco destaca que, se por um lado existem prejuízos, por outro há a valorização das reservas internacionais brasileiras. Atualmente, elas somam US$ 370 bilhões - o que, de acordo com o BC, supera as perdas com os swaps cambiais.

Ibovespa sobe 2,17%, puxada por Petrobras, Vale e siderúrgicas

Acompanhando o mercado norte-americano, o Ibovespa fechou o dia em alta de 2,17%, aos 46.463 pontos. Além de avanços significativas nos papeis da Vale e demais siderúrgicas, o índice foi puxado por ações da Petrobras, que passaram grande parte do pregão em baixa, mas voltaram a se valorizar com a virada do petróleo. 

>>> Preço do petróleo volta a subir

No cenário nacional, está no radar a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deverá manter a taxa básica de juros no patamar de 14,25% ao ano. Durante o pregão de hoje, também se noticiou que os CDSs (Credit Default Swaps) de 5 anos do Brasil subiram para 366,64 pontos-base, o maior nível desde março de 2009. 

Por fim, foi divulgado que a produção industrial brasileira teve queda de 1,5% no mês de julho, contra recuo de 0,3% em junho. Dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Esatística (IBGE). A má notícia não chegou a derrubar a bolsa brasileira, ainda que o mercado estimasse uma queda bem mais sutil, de apenas 0,1%.   

No fechamento, as ações ordinárias da Petrobras subiam 2,91%, aos 10,24 pontos. As preferenciais, por sua vez, se valorizavam 2,10%, aos 8,77 pontos. Influenciaram os papeis da estatal o fechamento do preço do barril do petróleo em alta, alavancado por notícias de que os estoques da commoditie tiveram queda nos Estados Unidos. Por outro lado, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou que entrará em greve por período indeterminado a partir da próxima sexta-feira (4). A paralisação afetará todas as unidades administrativas e operacionais da Petrobras, assim como as instalações da Transpetro. 

A Vale (VALE3, R$ 18,12, +5,96%; VALE5, R$ 14,54, +5,52%) também apresentou altas significativas no pregão desta quarta, assim como CSN (CSNA3, R$ 3,71, +5,10%), Usiminas (USIM5, R$ 3,27, +5,48%), Gerdau (GGBR4, R$ 5,99, +9,51%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,49, +12,58%). 

Internacionalmente, o relatório de empregabilidade do setor privado dos Estados Unidos (ADP Employment) também teve resultados abaixo do esperado. Em agosto foram criadas 190 mil vagas, ante 177 mil do mês anterior. Expectativa do mercado era maior, de cerca de 200 mil postos. De maneira geral, entretanto, o Livro Bege do Fed mostra que a atividade econômica dos EUA continuou a crescer na maioria dos setores e regiões. Ainda existem incertezas quanto ao aumento da taxa de juros norte-americana neste mês.

Em Wall Street, Dow Jones e S&P 500 se recuperaram após forte recuo de ontem (1). Os índices subiram 1,82%, aos 16.351 pontos, e 1,84%, aos 1.949 pontos, respectivamente.  

Bolsas europeias fecham sem direção única

As bolsas da Europa, por sua vez, fecharam o pregão desta quarta sem direção única. O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações europeias, reverteu tendência de queda durante o dia e encerrou em alta de 0,22%, aos 1.395 pontos. Desempenho foi influenciado por medidas corretoras da China para fortalecer os mercados acionários do país e por esperanças de que o Fed adie a alta dos juros norte-americanos. 

Em Londres, o Financial Times subiu 0,41%, aos 6.083 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX avançou 0,32%, aos 10.048 pontos. Em Paris, o CAC-40 teve valorização de 0,3%, aos 4.554 pontos. Em Milão, o índice Ftse/Mib ganhou 0,75%, aos 21.612 pontos. Em Madri, o Ibex-35 registrou baixa de 0,55%, aos 9.938 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,76%, aos 5.088 pontos.

As atenções dos investidores também estão voltadas para os rendimentos dos títulos de dez anos do governo da Alemanha, antes da reunião do Conselho do Banco Central Europeu de amanhã (3), em Frankfurt. Analistas vislumbram uma eventual extensão do programa de compra de ativos pela entidade. 

No caso da taxa de juros dos Estados Unidos, dados do Relatório Nacional de Empregos da ADP mostraram que os empregadores privados do país contrataram menos do que se esperava em agosto, 190 mil funcionários. Com isso, o Fed pode não dar início a seu ciclo de alta neste mês de setembro.

Bolsa de Xangai fecha em baixa de 0,20%; Tóquio recua 0,39%

As bolsas asiáticas também fecharam este pregão sem tendência definida. Em Xangai, o índice Xangai Composto teve queda de 0,20% aos 3.160,17 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng, teve queda de 0,92% aos 20.990,73 pontos; em Tóquio, o Nikkei 225 recuou 0,39%, aos 18.095,40 pontos.

Já em Cingapura, o Straits Times teve leve alta de 0,02%, aos 2.882,65 pontos; em Seul, o índice Kospi  avançou 0,05%, aos 1.915,22; e em Taiwan, o Taiwan Weighted teve alta de 0,22%, aos 8.035,29 pontos. No encerramento em Sydney, o índice S&P/ASX 200 ganhou 0,10%.

O clima nos mercados asiáticos ainda é tenso, com a comprovação da desaceleração da economia chinesa. Pesquisa da Caixin Media com a Markit mostrou recuo do PMI industrial para 47,3 em agosto, ante 47,8 em julho, atingindo o menor patamar em mais de seis anos. Leituras abaixo de 50,0 indicam contração de atividade.