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Levy: aumento de gastos com pessoal e novos empréstimos dificultam finanças dos estados

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O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, apontou nesta terça-feira (1) o aumento de gastos com pessoal e os novos empréstimos como os principais fatores para o aumento da dívida e a piora da saúde financeira dos estados. “Apesar do aumento de investimento, a relação investimento/PIB [Produto Interno Bruto] caiu e a de despesa de pessoal/PIB aumentou. Por que isso é perigoso? Porque investimento é o que gera riqueza. Os empréstimos foram usados para pagar pessoal. Investimento você paga uma vez, quando você aumenta pessoal em uma fase ascendente, depois vai ter dificuldade”, afirmou. Ele participa de audiência pública da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados sobre a situação financeira dos estados, particularmente do Rio Grande do Sul (RS).

De acordo com dados apresentados por Levy, a despesa de pessoal saiu de R$ 185 bilhões em 2011 para R$ 284 bilhões em 2014, com um crescimento de 54%.

Segundo Levy, a dívida dos estados com a União cresceu menos do que a arrecadação estadual. A dívida dos estados era de R$ 472 bilhões em 2011 e foi para R$ 605 bilhões em 2014, um crescimento de 28%. Os juros e as amortizações, ainda de acordo com Levy, também se mantiveram estáveis. 

O ministro da Fazenda afirmou que o aumento da dívida aconteceu, principalmente, por causa de empréstimos feitos não com a União, mas com bancos federais e instituições financeiras externas. “Em termos nominais, houve crescimento de R$ 132 bilhões de dívidas, sendo a maioria para outras dívidas”, afirmou. 

Dívida gaúcha

“Se a gente olhar os estados como um todo, vemos um período de expansão que se traduziu em despesa de pessoal. O Rio Grande do Sul não foi totalmente diferente ao conjunto dos estados”, disse Levy sobre a citação gaúcha. 

O requerimento para convocar Levy foi feito por deputados da bancada gaúcha. De acordo com o governo gaúcho, a atual gestão assumiu com menos R$ 5,4 bilhões em caixa, o mesmo que três folhas de pagamento dos servidores estaduais. Isso equivale, segundo o documento feito pelo governo estadual, a uma dívida de R$ 6,84 mil per capita.


Agência Câmara