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Ibovespa cai, influenciado por dados da China e desdobramentos do Orçamento 

Índice teve desvalorização de 2,46%, aos 45.477 pontos

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A Bovespa encerrou o pregão desta terça-feira (1) em queda, pressionada por novos dados preocupantes em relação à economia chinesa. As mudanças no cenário fiscal brasileiro para 2016 também continuam influenciando investidores, principalmente após a Fitch anunciar na tarde de hoje que o futuro da nota soberana do país dependerá de sua trajetória de crescimento e das dinâmicas fiscal e de dívida. 

De acordo com a agência de classificação de risco, o Orçamento para 2016 enviado pelo governo ao Congresso colocam a tendência para obtenção de superávits primários "muito abaixo" do cenário-base utilizado em sua última revisão do rating do país. "A trajetória de crescimento e as dinâmicas fiscal e de dívida vão determinar o futuro dos ratings do Brasil", afirmou a analista da Fitch, Shelly Shetty. 

No fechamento, o Ibovespa caía 2,46%, aos ,45.477 pontos. Refletindo novas quedas no preço do petróleo, os papéis da Petrobras amargaram perdas, revertendo tendência dos últimos dias. Suas ações ordinárias caíram 6,31%, a R$ 9,95, e as preferenciais apresentavam desvalorização de 6,75%, a R$ 8,75. 

A Vale também fechou em queda (VALE3, R$ 17,28, -3,57%; VALE5, R$ 13,50, -3,18%). Ainda no setor siderúrgico, ficaram no campo positivo a Gerau (GGBR4, R$ 5,45, +3,81%) e a Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 3,11, +3,32%). Também subiram os papeis da Braskem (BRKM5, R$ 14,62, +3,91%), que hoje anunciou um aditivo contratual com a Petrobras.  

Em Wall Street, o índice Dow Jones Industrial teve queda de 2,84%, influenciado não apenas pela economia chinesa, mas também pela incerteza acerca da possível alta de juros nos Estados Unidos. Segundo dados provisórios, o principal indicador da bolsa de Nova York perdeu 469,35 pontos, para 16.058,68. O S&P 500 recuou 2,95% e o índice composto da Nasdaq caiu 2,94%. 

>>> Dólar fecha acima de R$ 3,68, maior valor desde dezembro de 2002

Bolsas europeias registram fortes perdas em reação a dados da China

Pressionadas por novos dados desanimadores a respeito da economia chinesa, as bolsas europeias fecharam o primeiro pregão de setembro em queda. O Stoxx 600 terminou esta terça-feira (1) amargando perdas de 2,73%, aos 352,89 pontos. Em agosto, o índice pan-europeu havia registrado a maior desvalorização mensal desde 2011, com um recuo de 8,5%.

A bolsa de valores de Londres encerrou o pregão de hoje em queda de 3,03%, aos 6.058,54 pontos. Em Paris, desvalorização foi de 2,40%, aos 4.541,16 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX caiu 2,38%, aos 10.015,57 pontos. A bolsa de Madri recuou 2,59%, para 9.992,80 pontos, e Milão teve perdas de 2,24%, aos 21.454,37 pontos. Por fim, Lisboa apresentou retração de 2,55%, aos 5.126,86 pontos. 

O principal fator que influenciou as quedas foi a divulgação de que o índice de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) da China caiu para 47,3 em agosto, o menor patamar em seis anos. Em julho, o valor ficou em 47,8. Números abaixo de 50 indicam retração da atividade. 

Bolsas asiáticas fecham em baixa; Xangai recua 1,23%

O principal fator que influenciou as quedas foi a divulgação de que o índice de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) da China caiu para 47,3 em agosto, o menor patamar em seis anos. Em julho, o valor ficou em 47,8. Números abaixo de 50 indicam retração da atividade. As bolsas asiáticas também fecharam em baixa nesta terça. Em Xangai, o índice Xangai Composto recuou 1,23% aos 3.166,62 pontos. Em Tóquio, o Nikkei 225 teve forte queda de 3,84% aos 18.165,69 pontos; em Hong Kong, o Hang Seng recuou 2,05% aos 21.226,00 pontos; em Seul, o Kospi caiu 1,40% aos 1.914,23 pontos; em Cingapura, o Straits Times recuou 0,45% aos 2.910,05 pontos; e em Taiwan, o Taiwan Weighted caiu 1,92% aos 8.017,56 pontos. No encerramento em Sydney, o índice S&P/ASX 200 caiu 2,12%.

Segundo analistas, a queda foi pressionada pelos fracos indicadores de atividade manufatureira da China, que ampliaram os temores gerados pela desaceleração da segunda maior economia do mundo.

O índice de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) oficial da indústria chinesa recuou para 49,7 pontos em agosto, de 50,0 em julho, ficando no menor patamar desde agosto de 2012.

Já uma pesquisa separada da Caixin Media com a Markit mostrou recuo do PMI industrial para 47,3 em agosto, de 47,8 em julho, atingindo o menor patamar em mais de seis anos. Leituras abaixo de 50,0 indicam contração de atividade.

O desempenho dos mercados asiáticos também é influenciado pelas preocupações de que o Federal Reserve (FED, o banco central norte-americano) possa começar a elevar os juros básicos dos EUA a partir da reunião de setembro.