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'Financial Times': AB InBev sofre queda acentuada em suas vendas

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A Anheuser-Busch InBev, maior companhia de bebidas em vendas do mundo, sofreu uma ressaca depois da Copa do Mundo do ano passado com volumes tendo uma queda acentuada em seu segundo trimestre, conforme noticiou nesta sexta-feira (31/07) o jornal britânico Financial Times, em artigo de Duncan Robinson.

O volume de bebidas vendidas caiu, com o Brasil e a Europa liderando a queda, depois da empresa ter lutado para reviver a bonança de vendas do Mundial de 2014.

A empresa, que fabrica a Stella Artois, Budweiser e Corona, sofreu uma queda de 8% no volume de vendas no Brasil comparado com o mesmo período no ano anterior. No total, os volumes caíram 2,2% em todo o grupo.

Carlos Brito, diretor executivo, disse que foi um “trimestre desafiador”, antes de culpar o clima tanto na China quanto nos Estados Unidos por parte do fraco desempenho.

Os lucros por ação caíram no trimestre para US$ 1,18. Os rendimentos antes da dedução de juros e impostos caíram um quinto, para US$ 3,4 bilhões.

As ações do grupo caíram 3,8% para € 109,15 em Bruxelas. “Até mesmo a ABInBev tem seu trimestre ruim de vez em quando,” afirmou Eddy Hargreaves, um analista na Canaccord Genuity.

Há alguns pontos positivos. Seu desempenho no México foi forte, com volume de crescimento de 4,1%. Da mesma maneira, o grupo estava otimista de que a China vai se recuperar na segunda metade do ano.

Receitas em termos orgânicos em todos os negócios da empresa cresceram 4,1%, atingindo US$ 11,1 bilhões para o trimestre num momento em que o fabricante focou em vender mais de suas caras cervejas “premium lager”.

A empresa, cotada na Bélgica mas com sede em Nova York, tentou reagir às vendas estagnadas de suas “staple lagers”, lançando campanhas de marketing como um esforço para “premiumizar” algumas de suas marcas. Isso começou a ter alguns efeitos, de acordo com a empresa.

As vendas mundiais da Budweiser, a emblemática marca norte-americana de cerveja que tem se esforçado nos últimos anos, foram “muito encorajadoras” disse a companhia, com volumes crescendo 6% em todo o mundo.

Outras marcas como a Bud Light têm lutado. “Podemos e devemos fazer diferente com a Bud Light,” disse Brito.

ABInBev, que tem uma capitalização de mercado  apenas tímida de € 180 bilhões, também entrou no ramo de “craft beer” — as cervejas idiossincráticas que costumam ser as preferidas de consumidores mais jovens.

Marcas como a Goose Island IPA da AB Inbev estão ascendo rápido com crescimento de “dígito duplo”, segundo o presidente.

AB InBev construiu sua posição dominante através de uma série de fusões e aquisições ambiciosas. Apesar de rumores persistentes terem vazado para seus menores concorrentes, como a SABMiller, o gerenciamento não seria  elaborado quando fizessem outro mega acordo.

“A M&A continua sendo uma competência chave e sempre estaremos atentos a oportunidades,” disse Brito. “Não sentimos qualquer pressão para fazer acordos.”