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Petrobras dispara e Bovespa sobe mesmo com decisão do BC dos EUA

Dólar registrou queda após cinco pregões, encerrando cotado a R$ 3,32

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A Bovespa encerrou em alta de 1,30%, aos 50.245 pontos, com expectativa para reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil, na sessão desta quarta-feira (29). Houve também decisão do Fed, Banco Central americano, que manteve as taxas de juros nos Estados Unidos e interferiu na subida do mercado brasileiro, mas não impediu o segundo dia de ganhos. 

>> Banco central americano mantém taxa de juros

O comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) diz que a atividade econômica do país teve expansão moderada nos últimos meses e o mercado de trabalho continuou a apresentar melhorias, “com o declínio do desemprego”. Após a divulgação, a Bovespa chegou a reduzir os ganhos, mas mesmo assim encerrou em alta. Com isso, o dólar fechou em queda, de 1,178%. A moeda americana tem o primeiro recuo após cinco pregões de alta, e encerrou cotada a R$ 3,3293 na venda e a R$ 3,3281 na compra. 

>> Dólar deve se manter em novo patamar após elevações, avaliam economistas

As sucessivas elevações do dólar nos últimos dias, que resultaram na maior taxa em 12 anos, trouxeram o câmbio para um novo patamar, avaliam especialistas entrevistados pela Agência Brasil. O economista Sílvio Campos Neto, da empresa de consultoria Tendências, avalia que a variação cambial colocou o real em um nível ajustado com o atual cenário negativo da economia brasileira. “A taxa de câmbio já se desvalorizou bastante, e neste momento o espaço para novas altas é menor. Você ainda pode ser surpreendido por alguns movimentos de alta nas próximas semanas, mas o espaço é bem menor”, apontou.

No Brasil, a expectativa é de que o Copom efetue nova elevação nas taxas de juros, em 0,5 ponto percentual, atingindo assim o nível de 14,25%. A reunião começou nesta terça (28), e hoje a decisão será tornada pública. Os juros devem subir pela sétima vez seguida, sete dias após o governo anunciar a redução da meta do superávit para este ano, que caiu de R$ 66,3 bilhões para R$ 8,7 bilhões. Ontem, por conta da redução e também de novos cortes no orçamento, em torno de R$ 8,6 bilhões, a Standard & Poor's, agência de classificação de risco, mudou a perspectiva dos ratings do Brasil para negativa, mas manteve a nota do país em "BBB-" para a dívida de longo prazo em moeda estrangeira. 

S&P mantém perspectiva de Vale e Petrobras, que dispara

A petroleira disparou nesta quarta, com alta na cotação do dólar e reagindo às fortes baixas dos últimos pregões, que fizeram o papel "ficar barato" para o investidor. Os papéis ordinários (PETR3) da companhia tiveram valorização de 7,47%, aparecendo no topo das altas do Índice Bovespa, juntamente com as ações preferenciais (PETR4), que subiram 7,52%. No exterior, os ADRs (American Depositary Receipts) da empresa acompanharam os papéis no Brasil, também acumulando gahos de mais de 7%, tanto nos papéis ordinários quanto nos preferenciais. 

>> S&P reduz perspectiva de nota de 41 bancos e empresas brasileiras

A S&P reduziu a perspectiva de 41 bancos e outras companhia brasileiras nesta quarta, mas não fez alterações na avaliação de Petrobras e Vale, que já estavam com perspectiva negativa. A mineradora também subiu, mas muito menos que a petroleira. Os papéis ordinários (VALE3) da companhia tiveram ganhos de 1,44%, enquanto os preferenciais (VALE5) subiram 1,68%, com preços de R$ 18,35 e R$ 15,11 respectivamente.