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'FT' (editorial): moedas latino-americanas caem mais ao sul

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Depois de uma breve pausa na segunda-feira de manhã, as moedas latino-americanas estão mais uma vez na defensiva, com muitas registrando suas maiores quedas em vários anos ou baixas recorde depois da violenta liquidação da semana passada. É o que diz o editorial do jornal britânico Financial Times, publicado nesta terça-feira (28/07).

Em um dia que viu o dólar norte-americano bater em retirada das principais grandes moedas, a região, juntamente com a Rússia e a Turquia, era uma exceção gritante.

O real brasileiro, que tem lutado contra o dólar na maior parte dos últimos dois anos, atingiu um recorde em 12 anos de R$ 3,36 depois de se recuar outros 0,3% na segunda-feira.

O peso mexicano, que atravessou a barreira de 16 por dólar na semana passada, continuou a descida. Caiu mais 0,2 %, para atingir uma nova baixa de 16,30 por dólar.

Na Colômbia, o peso caiu 0,3%, para 2.861,11 por dólar - seu nível mais fraco desde novembro de 2003.

O peso chileno, moeda da região que mais se desvalorizou no dia, caiu 0,8%, e também está perto de sua maior baixa em 12 anos.

Enquanto caem os preços das commodities, a desaceleração do crescimento chinês e as renovadas preocupações sobre os efeitos da iminente elevação dos juros dos EUA já atingiu os mercados emergentes através das fronteiras, as moedas latino-americanas foram atingidas mais severamente do que em qualquer outra região.

Como a SocGen observou: Quase todos os países latino-americanos enfrentam um quadro de crescimento que se deteriora rapidamente em meio à queda nos preços das commodities. Além disso, eles são altamente vulneráveis a qualquer aumento da taxa de Fed devido às suas posições de déficit em conta corrente e de fuga de capitais.

No caso de Brasil, México e Chile, seus sombrios panoramas econômicos 'são ainda agravados por escândalos político interno – o que poderia levar a uma nova queda de 10% nas três moedas nas próximas semanas, dizem analistas do Société Générale.

Com a deterioração das contas fiscais e crescimento vacilante, o Brasil está agora perto de perder seu status de grau de investimento ao longo dos próximos meses.

Embora o peso mexicano tenha provado ser uma das moedas com desempenho decepcionante do ano, os analistas da Capital Economics calculam que a desvalorização poderia funcionar a favor do país, ajudando a impulsionar as exportações e aumentar o valor das remessas enviadas por mexicanos que vivem nos EUA.