ASSINE
search button

Após sete baixas, nem S&P impede recuperação da Bovespa, que sobe 1,78%

Dólar também segue em alta chega a R$ 3,42 na máxima do dia, mas fecha em R$ 3,36

Compartilhar

Dia de "alívio" para o mercado financeiro brasileiro, após quase duas semanas de fortes quedas. A Bovespa encerrou com alta de 1,78%, aos 49.601 pontos, dando fim à maratona de desvalorização que durou sete pregões e começou 12 dias atrás. A alta desta terça-feira (28) é encarada como um "repique", movimento de recuperação após fortes quedas, que foi adiado ontem pelo forte recuo na bolsa de Xangai, mas hoje nem a mudança de perspectiva do país pela S&P para negativa impediu o "respiro". 

Mesmo assim, o dólar continua em alta, encerrando cotado a R$ 3,36, com leve variação em relação a ontem, mas na máxima do dia, por volta das 13h40, chegou a atingir os R$ 3,42. A moeda americana teve valorização de 0,149%, com o valor de R$ 3,369 na venda e de R$ 3,3685 na compra. 

A notícia de que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s manteve em "BBB-" a nota de crédito do Brasil, mas alterou a perspectiva para negativa fez o dólar atingir a máxima do dia hoje, e se manter em alta. 

>> Standard & Poor's mantém nota do Brasil, mas muda perspectiva para negativa

De acordo com a agência, a perspectiva negativa indica a expectativa de uma probabilidade maior que uma em três de que haverá mais correções dada a “dinâmica política fluida” e de que o retorno à uma trajetória de crescimento firme vai demorar mais que o esperado. A nota do país segue classificada como “grau de investimento”.

No mercado brasileiro, o destaque ficou para a valorização das ações da Braskem (BRKM5), que lideraram os ganhos com altas de 12,47%, encerrando cotadas a R$ 12,18. No pregão de ontem, a empresa havia estado entre as maiores desvalorizações refletindo denúncias feitas na sexta-feira no Ministério Público Federal do Paraná sobre subfaturamento de contratos de fornecimento de nafta à empresa, com prejuízos à Petrobras. Nesta terça, a petroquímica recupera perdas. 

A Petrobras, também envolvida na polêmica, voltou a subir na sessão com ganhos de 5,37% nas ações ordinárias (PETR3) e de 4,84% nas preferenciais (PETR4). No exterior, os ADRs (American Depositary Receipts) da empresa também tiveram ganhos próximos, entre 4% e 5%. A reestruturação da venda de ativos da TAG (Transportadora Associada de Gás) foi aprovada pelo conselho de administração da companhia na reunião de sexta-feira. 

As ações da Vale também tiveram fortes alta, junto com papéis do setor siderúrgico. As ações ordinárias (VALE3) da empresa subiram 7,94% e as preferenciais tiveram altas de 6,14%. Empresas como Usiminas (USIM5 R$ 4,05, +8,29%), CSN (CSNA3, R$ 4,18, +10,00%) e Gerdau (GGBR4 R$ 5,94, +5,88), subiram após de fortes perdas.

Na macroeconomia, a inflação medida pelo Índice Nacional de Custo da Construção - M (INCC-M) foi correspondente a 0,66% no mês de julho, após registrar 1,87% no mês anterior, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV). 

Já o termômetro referente às perspectivas para o mês de julho de 2015 e as projeções para agosto indicaram que 41,9% das empresas esperam resultados ruins para o setor da construção no mês corrente. Os dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) dizem aida que para o mês de agosto, 29% das empresas acreditam que o mês seja ruim, enquanto 9,7% esperam o mês muito ruim. O otimismo para agosto segue o mesmo patamar de julho, sendo opção de 6,5% dos associados.