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Bovespa fecha mais um dia em queda, influenciada agora por bolsas chinesas 

Petrobras figura entre as maiores baixas e dólar segue subindo, cotado a R$ 3,36

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A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) encerrou em queda pelo sétimo pregão seguido, aos 48.736 pontos. Com perdas de 1,04%, o índice está se aproximando do nível mais baixo do ano, quando atingiu os 47.516 pontos no dia 2 de janeiro. As novas baixas foram influenciadas pelas bolsas chinesas, que voltaram a ter fortes quedas, com o principal índice da bolsa de Xangai encerrando em desvalorização de 8,48% nesta segunda-feira (27). Com este cenário, o dólar seguiu em alta, atingindo a cotação de R$ 3,36. 

A moeda americana subiu 0,508%, com o valor de R$ 3,364 na venda e de R$ 3,362 na compra. Na última sexta-feira (25), o dólar já havia atingido o maior valor dos últimos 12 anos. A divisa tem elevações puxada por novas preocupações a respeito da economia chinesa, que voltam à tona após as quedas registradas hoje. Segundo analistas, o desempenho ruim foi causado pelo temor dos investidores de que as autoridades em Pequim estejam retirando recentes medidas de apoio aos mercados locais, pela tendência de queda nos preços das commodities e por novos dados fracos da indústria da China.

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As ações da Petrobras figuraram entre as maiores perdas do Índice Bovespa nesta segunda, com os papéis ordinários (PETR) caindo 5,86% e chegando à cotação de R$ 10,44, enquanto os preferenciais (PETR4) recuaram 5,28%, ao valor de R$ 9,51. Novas quedas na cotação do barril de petróleo e notícias sobre contratos com a Braskem estiveram entre os fatores que continuaram derrubando os papéis da companhia. No exterior, os ADRs (American Depositary Receipts) da estatal tiveram quedas mais fortes ainda, com desvalorizações entre 5% e 6%. 

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Nesta segunda, a Braskem divulgou comunicado ao mercado sobre a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra terceiros no âmbito da operação Lava Jato, que menciona supostos pagamentos indevidos em favorecimento da companhia em contratos celebrados com a Petrobras. Para a petroquímica, a base das acusações da denúncia "é a mesma anteriormente divulgada pela mídia, sobre as quais a companhia já publicou dois fatos relevantes e comunicados". A Braskem ressalta que a própria Petrobras reconhece formalmente que a fórmula de preço era compatível com o seu custo de oportunidade para o produto e também que a necessidade de importação de nafta decorreu de sua decisão "unilateral" de destinar a produção nacional da matéria-prima já contratada para atender ao aumento de demanda do setor de combustível.

As ações da Vale encerraram em alta hoje, com os papéis ordinários (VALE3) registrando alta de 0,42% e os preferenciais (VALE5) com ganhos de 0,29%. A cotação da mineradora não sofreu muitas influências da forte queda nos mercados chineses porque o minério de ferro teve recuperações no pregão de hoje. A commoditie subiu 1,81% no porto de Qingdao. 

Entre as altas, as ações da Gol (GOLL4) estiveram na ponta, com valorização de 8,36%, atingindo o preço de R$ 6,09. A empresa informou hoje que, a exemplo da concorrente Tam, também irá reduzir suas operações no Brasil até o fim do ano. Segundo o vice-presidente financeiro da empresa, Edmar Lopes, a redução da capacidade ajudará a companhia a recuperar preços de passagens aéreas. Ele ainda disse acreditar que esses valores podem começar a ter recuperação já no terceiro trimestre do ano. 

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No cenário interno, as atenções ficam para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa amanhã e deve terminar na quarta-feira (27) com a notícia de uma nova alta na taxa Selic. O mercado projeta que a elevação será de 0,5 ponto percentual, atingindo os 14,25%. Já a Dívida Pública Federal teve elevação de 3,5% em junho, em comparação a maio: passou de R$ 2,496 trilhões para R$ 2,583 trilhões, enquanto a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) cresceu 3,81% e passou de R$ 2,372 trilhões para R$ 2,462 trilhões.