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Schahin estima prejuízo de US$ 4 bi e diz que vai cobrar contratos na justiça

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O rompimento do contrato de afretamento de sondas da Schahin pela Petrobras deve render novos capítulos. O Grupo Schahin informou nesta sexta-feira (28) que deve ter um prejuízo superior a US$ 4 bilhões e que vai cobrar da Petrobras na justiça. Em nota, indicou que mais de mil funcionários podem perder seus empregos e que muitos credores e acionistas podem ser atingidos, caso a decisão não seja revertida.

Os problemas entre a Schahin e a Petrobras começaram no início de abril, quando houve a paralisação de cinco sondas afretadas para a estatal. Na época, a Schahin alegou em comunicado não ter mais recursos para manter as sondas em operação e disse estar renegociando seus financiamentos. A estatal afirma, porém, que houve inadimplemento contratual, o que a permitiria rescindir os acordos firmados.

A crise vivida pela Schahin não se restringe apenas aos navios/plataformas que fazem parte da sua frota, mas chega também até unidades que estavam em construção. O FPSO Cidade de Caraguatatuba, do consórcio Schahin/Modec, teve todos os seus módulos retirados para serem construídos na China. A embarcação foi contratada pela Petrobras para operar na área de Carioca, no bloco BM-S-9, no pré-sal da Bacia de Santos, em um acordo de afretamento de 20 anos.

Veja a nota completa do Grupo Schahin:

Petrobrás encerra contratos de afretamento e serviços com Schahin

Pioneiro na perfuração em águas profundas desde os anos 80, utilizando sistemas de posicionamento dinâmico, o Grupo Schahin recebeu de forma consistente e reiterada da Petrobrás notas altíssimas de desempenho e foi classificado pela estatal como um dos principais operadores de petróleo e gás offshore no Brasil nos últimos 20 anos. Conforme anunciado anteriormente, no início de abril de 2015, o Grupo Schahin interrompeu, temporariamente, as operações em cinco de seus seis navios/plataformas (em particular, os navios-sonda Cerrado, Sertão e Lancer e as plataformas semi-submersíveis Amazônia e Pantanal), trazendo as embarcações para a costa brasileira. A decisão foi tomada pelos acionistas do Grupo Schahin e sua experiente equipe de gestão, para evitar potenciais problemas operacionais decorrentes de uma pontual falta de liquidez ocasionada principalmente por uma ação de execução por parte de um credor.

Tal decisão foi prontamente comunicada pelo Grupo Schahin à Petrobrás antes da interrupção da operação dos cinco navios/plataformas. Os contratos de afretamento e de prestação de serviços firmados entre a Petrobrás e o Grupo Schahin relativamente àqueles equipamentos permitem a paralisação das operações por um período de até 60 dias.

Pouco tempo depois, a situação de liquidez do Grupo Schahin melhorou em razão de um acordo consensual firmado com o referido credor, o qual arrendava as plataformas Pantanal e Amazônia para o Grupo. Esse acordo não só permitiu a remoção consensual desses navios da frota do Grupo Schahin, mas também a redução de sua respectiva dívida em mais de US$ 1 bilhão, tendo ainda melhorado significativamente a capacidade de gerar recursos por parte da Schahin.

Na última semana de abril de 2015 (várias semanas antes de se encerrar o acima referido período de 60 dias), o Grupo Schahin informou à Petrobrás que os seus navios estavam prontos para retornar às operações e apenas aguardavam o recebimento, da Petrobrás, de coordenadas com os locais onde deveriam recomeçar suas atividades de perfuração. A notificação do Grupo Schahin à Petrobrás a respeito da decisão de retomar as operações com os navios-sonda foi apoiada por seus principais credores de operações de project finance e estabeleceu o direito do Grupo Schahin de receber taxas de stand-by junto à Petrobrás nos termos dos respectivos contratos de afretamento e de prestação de serviços.

Porém, em 21 de maio de 2015, a Petrobrás, sem razão válida, rescindiu unilateralmente os contratos de afretamento e de prestação de serviços dos mencionados cinco navios/plataformas. Caso não revertida, tal rescisão irá resultar na perda de mais de 1.000 postos de trabalho e em prejuízo superior a US$ 4 bilhões para os credores e acionistas do Grupo Schahin. O Grupo Schahin pretende ingressar imediatamente com ações nos tribunais brasileiros para reverter a decisão da Petrobrás e está confiante de que terá sucesso.

 O Grupo Schahin continua a operar normalmente sua outra embarcação, o navio-plataforma Vitória.

Fonte: PetroNotícias