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La Nación: Comércio Argentina-Brasil caiu 23% em abril e déficit se acentuou

Indústria automotiva foi outra vez a maior responsável

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Apesar da queda moderada que havia mostrado em março, o intercâmbio comercial com o Brasil voltou a despencar em abril. Caiu 23,3% no mês passado, fechou com o pior número para abril desde 2009, consolidou uma queda consecutiva de 19 meses e alcançou uma marca similar à de 2001 e 2002, os piores anos da última crise econômica, segundo estimou um informe da Câmera Argentina de Comércio (CAC) baseado em números oficiais brasileiros. Para a Argentina a balança teve um déficit de US$ 71 milhões. É o que diz uma matéria do jornal argentino La Nación publicada nesta terça-feira (05/05).

Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior de Brasil, as importações argentinas caíram 21,1% o mês passado e totalizaram US$ 1013 milhões. No entanto, as exportações caíram 25,5% no mesmo período e somaram US$ 942 milhões.

Segundo um informe da consultoria Abeceb.com, no primeiro quadrimestre o comércio entre os dois países caiu 17,7%, até os US$ 7729 milhões, devido a uma contração de 15,6% nas compras feitas ao Brasil e uma redução de 20% nas exportações.

"Em relação às vendas para o Brasil, a queda se associa a uma forte desaceleração da economia brasileira e à menor demanda principalmente da cadeia automotiva, que explica mais de 65% da contração registrada. Também operam fatores como a perda de competitividade, gerada conjuntamente pelo atraso de tipo de câmbio real argentino e a desvalorização nominal brasileira dos primeiros meses do ano. Outro dos setores que apresentam quedas no período são os bens de capital, os químicos e os minerais e combustíveis entre outros", explicou o trabalho da Abeceb.

No entanto, a queda nas importações também se explica principalmente pela indústria automotiva. Entre os produtos que colaboraram com a diminuição estão, segundo Abeceb.com, os automóveis e as auto-peças, os veículos de carga e os motores para veículos. Se lhe é somada o minério de ferro, um dos principais insumos para a produção de aço, entre outros. Com esses números, hoje a Argentina está terceira em termos dos principais compradores de produtos brasileiros, atrás da China e dos Estados Unidos.

Automóveis e comércio

Segundo Adefa, a associação que reúne os fabricantes locais de automóveis, as exportações no primeiro trimestre caíram 18,8%, com um forte retrocesso de 61,1% no primeiro mês do ano. Essas cifras mostram a gravitação sobre o negócio dos mercados externos, onde o principal cliente da produção nacional é o Brasil, com 77,5% de participação.

No terceiro mês do ano, por exemplo, as vendas ao exterior levaram quase 55% da produção doméstica de carros.

Em termos gerais, os números do comércio com o Brasil são uma síntese do que ocorre em sentido amplo. O que acontece é que la mano del cepo cambial, a recessão e as barreiras à entrada de produtos do exterior o comércio internacional argentino teve um retrocesso.

Os números da balança comercial que o Indec informou dias atrás para o terceiro mês do ano mostram isso. As importações caíram 4% (até os US$ 5037 milhões), a mesma proporção que as exportações (chegaram aos US$ 4994 milhões).

Assim, em março ambos rubros tenderam a se estabilizar: acumulam uma queda em ambos os casos de 16% no trimestre e deram como resultado um superávit em março de US$ 43 milhões, 33% menos que no mesmo igual período do ano passado.

Para os especialistas, no entanto, esses números não refletem tudo o que sucedeu com o comércio em relação ao ano.