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Lucros do Santander são impulsionados por novos empréstimos

Ganhos do banco espanhol subiram devido a maiores comissões e empréstimos na Europa e na AL

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O Banco Santander SA afirmou que o lucro líquido do primeiro trimestre aumentou 32% em relação ao ano passado em comissões mais elevadas e empréstimos mais substanciais no financiamento ao consumidor do banco e unidades da América Latina, diz um artigo de Jeannette Neumann, do norte-americano Wall Street Journal, publicado nesta terça-feira (28/04).

O credor espanhol, o maior da zona do euro em valor de mercado, registrou um lucro líquido de € 1,72 bilhões (US$ 1,87 bilhões), acima dos € 1,3 bilhões um ano antes.

O banco registrou um rendimento líquido de € 8,04 bilhões, 15% a mais do que no ano anterior. Resultados líquidos de juros, principal impulsionador de rendimento para bancos comerciais como o Santander, é a diferença entre o que credores pagam a clientes por depósitos e cobram por empréstimos.

Os números superam as estimativas de analistas, elevando as ações do Santander em 0,5% nas negociações iniciais em Madri.

Empréstimos líquidos a clientes subiram 14% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, apoiados por empréstimos particularmente substanciais nas unidades latino-americanas do Santander, sua unidade europeia de financiamento ao consumidor assim como no Reino Unido e os EUA. Entre as principais unidades do Santander, só Portugal registrou uma queda nos empréstimos, onde os empréstimos líquidos caíram 4,9% ano a ano.

O crescimento no volume de empréstimo do Santander vem em meio a um impulso dado pela presidente-executiva Ana Botín para fazer com que os bilhões de euros em capitais que o banco arrecadou em janeiro se tornem novos empréstimos para indivíduos e empresas.

“Quando angariamos capitais em janeiro, dissemos que nosso objetivo era de direcionar o crescimento orgânico em nossos principais mercados forecast para conseguir uma forte recuperação econômica,” disse Botín na terça-feira.

Botín, que assumiu a presidência do gigantesco banco em setembro depois da súbita morte de seu pai, afirmou no início deste ano que o Santander vai evitar grandes aquisições para aumentar seu balanço financeiro, focando, em vez disso, em novas emissões de empréstimos.

Sua estratégia é uma mudança do modus operandi de seu pai, Emilio Botín, que arregimentou vorazmente credores em todo o mundo durante suas três décadas como presidente, expandindo o Santander de um pequeno e regional credor espanhol no maior banco da zona do euro.

“O forte crescimento do Santander em empréstimos reflete nosso compromisso em ajudar nossos clientes a crescerem,” disse Botín na terça-feira.

Portugal também era um ponto fraco em termos de qualidade de crédito. A unidade do banco no país relatou um crescimento anual na relação de maus empréstimos para empréstimo total. A taxa de empréstimos das unidades inadimplentes subiu para 8,96% no primeiro trimestre vindo de 8,26% de um ano anterior. Na vizinha Espanha, em meio a uma recuperação constante de um frenesi da construção que começou a se debater em 2008, a relação de empréstimos de má qualidade caiu 7,25% no primeiro trimestre, de 7.61% um ano antes.

A taxa geral dos maus empréstimos do Santander caiu para 4,85%. A expectativa é que as economias dos EUA, México e Polônia cresçam em mais de 3% em 2015, enquanto a Espanha, o Reino Unido e o Chile deverão crescer mais de 2,5%, disse o Santander na terça-feira. No Brasil e na Argentina, por outro lado, estima que a produção econômica caia.

Santander aproveita sua diversidade geográfica com uma vantagem competitiva que permite forte crescimento em alguns países para contrabalancear a fragilidade em outros onde o banco possui grandes unidades.

Uma recuperação mais forte da economia espanhola tem ajudado a sustentar o crescimento da renda no mercado interno do Santander nos últimos trimestres. O primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy disse na segunda-feira que o governo espera que a economia do país cresça 2,9% este ano, acima de uma meta anterior de 2,4%.