O principal índice da bolsa brasileira fechou em baixa de 1,80%, aos 48.293 pontos, nesta terça-feira (10),pelo quinto dia seguido. Pouco antes do fechamento, os papeis ordinários da Petrobras registravam queda de mais de 5%, em dia de depoimento do ex-gerente de serviços da estatal, Pedro Barusco, em CPI, de queda de 3% do petróleo e especulações sobre a possibilidade do Tesouro Nacional não apoiar captações da empresa no exterior. Durante a tarde, as ações estavam entre as maiores baixas da bolsa brasileira.
No primeiro dia de depoimento da CPI da Petrobras, o engenheiro Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da estatal, prestou depoimento durante sete horas. Ele afirmou que recebeu cerca de US$ 97 milhões em propinas de 2003 a 2011, quando trabalhava na Petrobras, e entre 2011 e 2013, período em que ocupou uma diretoria na empresa privada Setebrasil, constituída para construir sondas de perfuração do pré-sal e financiada com recursos públicos – do BNDES e fundos de pensão.
>> Barusco diz que vai devolver US$ 97 milhões
O Tesouro Nacional não estaria pretendendo oferecer garantias a captações da Petrobras nos mercados interno ou externo, informou o Estado de S. Paulo nesta terça-feira (10), sobre a possibilidade do governo atuar como garantidora nas operações de financiamento da estatal, devido a perda do grau de investimento e a maior dificuldade, com isso, de obter crédito junto aos bancos.
O preço do barril de petróleo tipo Brent em Londres também seguiu em queda, afetando o desempenho dos papéis da petrolífera. Na manhã desta terça-feira, era negociado a US$ 57,85, contra US$ 115 em junho do ano passado. Os preços do petróleo no mercado internacional fecharam em queda de 3%. A Galp Energia, que revisou para baixo seu plano de investimento até 2019 em 20%, o preço médio do Brent deve ficar em US$ 55 neste ano.
De acordo com o mercado, uma migração da bolsa para a renda fixa também teria gerado a baixa da bolsa brasileira, devido a alta da curva de juros que conferiu um temor maior em relação à bolsa e ao dólar. Outra questão seria uma incerteza em relação ao quadro político do país.
O dólar, por sua vez, saiu da trajetória de alta e teve queda de 0,82%, a R$ 3,1040 na venda, após subir mais de 1% na máxima. O motivo da baixa seriam operações de ajustes de portfólio e da oscilação durante o dia de preocupações com a política monetária dos Estados Unidos e o cenário macroeconômico brasileiro.