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'La Nación': Ministra argentina aponta o Brasil pela queda industrial

Débora Giorgi diz que baixa da atividade brasileira é o dobro da Argentina

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"Ninguém pode dizer se isso vai se reverter", afirmou a ministra da Indústria Débora Giorgi em seu gabinete, apresentando um panorama cheio de incertezas que será apresentado pela indústria durante o ano eleitoral e após 18 meses de quedas ininterruptas. A notícia foi publicada nesta quarta-feira pelo jornal argentino La Nación.

No entanto, a ministra interpretou que os problemas do complexo industrial não se devem à escassez de divisas nem à recessão em que a economia entrou, mas à situação internacional. "Há um contexto complexo", estimou, e acrescentou: "Do mundo em geral e de nosso principal sócio comercial (o Brasil)".

"O Brasil tem uma baixa da atividade industrial duas vezes maior que a da Argentina", indicou Giorgi. Admitiu, por outro lado, que este ano a produção está 2,5% abaixo da de 2014 (já no setor privado falam de uma grande baixa de 5 pontos), mas que reflete entre 12 ou 13 pontos a mais do que em 2008.

Sobre a falta de divisas para a produção, a ministra lembrou os acordos que o governo firmou com as automotivas para incrementar a disponibilidade de dólares em um setor que deixou de ser a vedete industrial dos últimos anos ao bigorna que afoga mensalmente as estatísticas do complexo manufatureiro. "Estamos trabalhando para sustentar a demanda interna", esclareceu a funcionária, que felicitou a extensão do plano de crédito ‘Ahora 12’ (Programa de Fomento ao Consumo e à Produção) como um instrumento para impulsionar a demanda interna. "Esperamos o Renovate", se animou a antecipar Giorgi respondendo a uma pergunta do jornal La Nacion sobre o plano de troca de eletrodomésticos que se esperava que a presidente Cristina Kirchner lançasse no último domingo na abertura das sessões ordinárias no Congresso.

Giorgi elogiou os quatro projetos que a presidente anunciou para o setor industrial. O mais importante pelo seu impacto direto é o do aprimoramento da falida nota promissora acionária para financiar as pequenas e médias empresas industriais no mercado de capitais. O instrumento passará a não ser nominado e terá um sistema de amortização que, segundo a ministra, le permitirá melhorar a taxa até 24,5% em 36 meses. Segundo indicou, as pequenas e médias empresas poderão ter acesso a fundos por 6 ou 7 milhões de pesos para bens de capital ou trabalho com menos requisitos.

"Também foi anunciada uma lei sobre parques industriais, a modificação da norma que regula modelos e desenhos industriais (vinculada ao registro de patentes) e o Plano Nacional de Design, que facilitará o acesso das pequenas e médias empresas a contratar designers industriais com um subsídio para o pagamento de honorários", conclui a matéria do La Nación.