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'FT': Política do Fed é questionada

Impasse entre o Federal Reserve e o mercado de títulos reflete incertezas

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“Nas últimas semanas, bancos centrais em todo o mundo cortaram taxas de juros de empréstimo, abolindo paridades cambiais, como na Suíça, e no caso do Banco Central Europeu (BCE), anunciando um programa de compra massiva de títulos”, diz uma matéria do jornal britânico Financial Times publicada nesta sexta-feira (30/01).

Tais ações são feitas para incentivar a atividade econômica e um reaquecimento bem sucedido da economia global ofereceria um forte impulso para autoridades norte-americanas, que estão ávidas em encerrar mais de seis anos de taxas de juros próximas a zero”, escreve o jornalista Michael Mackenzie.

Enquanto o Fed revelou na quarta-feira poucas novas informações sobre quando planeja elevar taxas e aconselhou uma abordagem política paciente, a combinação de fragilidade econômica global e um dólar em alta provocou uma redução nas chances da chegada de uma política restritiva este ano, segundo o mercado de títulos.

Embora um número de economistas espere um aumento da taxa entre junho e setembro e o comitê de política monetária do Fed projete que as taxas overnight estarão acima de 1% por volta do final do ano, as taxa de juros futuros sugerem uma chance real de um aumento de apenas 0,5%. 

O impasse entre o Fed e o mercado de títulos reflete incertezas sobre a perspectiva para a economia e a política monetária dos Estados Unidos. Pegos no turbilhão dos fracos dados econômicos recentes, inflação em queda e preocupações sobre tendências globais, os títulos americanos e os junk-rated bonds (emitidos por empresas de alto risco) recuaram este mês, enquanto o dólar continuou subindo e o rendimento dos títulos do governo teve forte queda.

A mensagem que está sendo cada vez mais enviada por mercados financeiros parece ir contra a perspectiva otimista na economia e o desejo por normalizar taxas de juros no banco central americano.

Zach Pandl, gerente de carteira sênior na Columbia Management, diz: “Os Estados Unidos não são um oásis de prosperidade” e ele acredita “ou a economia global se recupera ou o Fed abandona seu plano de elevar taxas este ano”.