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'WSJ': Preços do petróleo oscilam após declarações da Opep

Amplas ofertas e procura fraca fizeram com que os preços despencassem nos últimos meses

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“Os preços do petróleo mudaram pouco na terça-feira quando investidores avaliaram os comentários de autoridades na Opep”. É o que noticia o americano Wall Street Journal nesta quarta-feira (28/01).

“Os mercados a prazo do petróleo da West Texas Intermediate registrou, na prévia de um mês, uma alta de 14 centavos, ou 0,3%, para US$ 45,29 o barril na Bolsa de Valores Mercantis de Nova York.

O petróleo brent para entrega em fevereiro subiu 16 centavos, 0,3%, a US$ 48,33 o barril na bolsa de futuros ICE, em  Londres”, segundo a matéria de Timothy Puko e Georgi Kantchev.

Na segunda-feira, o secretário-geral da Opep, Abdalla Salem el-Badri, disse que os preços do petróleo parecem ter atingido seu ponto mais baixo e poderiam estar prontos para uma recuperação. Mas el-Badri também disse que a Opep pretende se ater a sua decisão de manter a produção estável.

Na terça-feira, a Saudi Aramco, companhia petrolífera estatal saudita, afirmou que adiaria alguns projetos. Seu CEO enfatizou que a Arábia Saudita “não vai por si só levar o mercado a uma recessão,” de acordo com  notícias divulgadas.

Apesar de alguns dos comentários parecerem pessimistas, eles podem representar uma mudança de tom, disse a Simmons & Co. International na terça-feira em uma nota de pesquisa. É “difícil elaborar conclusões firmes,” mas isso poderia ser um sinal de que a Arábia Saudita está pelo menos querendo articular uma resposta coordenada com outros produtores, algo a que se opôs de forma inflexível, diz.

“Muito mais gente está dizendo que essas pessoas vão capitular em breve. Eu não acho necessariamente que isso seja verdade,” disse Kyle Cooper, diretor-geral de pesquisa na IAF Advisors, uma empresa de consultoria em Houston. “Mas definitivamente está havendo uma batalha interna.”

Os preços do petróleo bruto caíram desde o meio do inverno e de novo na primavera depois que a Opep decidiu em sua reunião de novembro não reduzir sua produção apesar da combinação da abundância da oferta mundial e da tímida procura.

“Vamos reavaliar (o mercado em uma reunião marcada) em junho e ver o que vamos fazer,” disse el-Badri. “São necessários pelo menos seis meses para ver o impacto.”

No curto prazo, uma recuperação dos preços, que caíram cerca de 55% desde o último inverno, parece improvável, dizem analistas.

O mercado de petróleo parece fundamentalmente fraco apesar dos sinais iniciais de que os preços do petróleo podem estar se estabilizando na faixa de US$ 47 a $51 o barril, disseram analistas da Energy Aspects. “Inventories estão construindo e no topo de uma base elevada que vai continuar a pesar na estrutura temporal do Brent e do WTI,” afirmou a Energy Aspects.

Estimando que o mercado global de 93 milhões de barris por dia está atualmente com excesso de oferta em 1,3 milhões de barris por dia, a UBS cortou sua previsão para o preço média do Brent este ano de US$ 69,75 para US$ 52,50 o barril e para o WTI de US$ 64,75 para US$ 49 o barril.

O banco espera que os preços levem até 60 meses para se recuperarem e chegarem aos níveis pré-colapso. Na medida em que o “processo de correção está claramente em curso com cortes significantes para despesas de capital que já estão sendo anunciados”, o banco vê os dois contratos se recuperando a cerca de US$ 60 o barril no ano que vem, com o Brent atingindo um preço médio de US$ 90 o barril por volta de 2018.

“Na Nymex, o contrato futuro de gasolina reformulada (RBOB) para fevereiro, contrato referência de gasolina, caiu 0,8% para US$ 1.3061 o galão.

O diesel de fevereiro perdeu 1,72 centavos, ou 1,1%, para US$ 1.6226 o galão”, conclui a matéria do Wall Street Journal.