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Sete Brasil espera autorização para importar sondas e cumprir prazos

Empresa controlada pelo BTG enfrenta dívidas, atrasos e ainda a Operação Lava Jato

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A Sete Brasil tem novo plano para lidar com os atrasos na construção de sondas que deveria entregar à Petrobras. A empresa, controlada pelo BTG Pactual, de André Esteves, quer um "perdão" do governo para conseguir arrendar plataformas no exterior enquanto as que estavam previstas em contrato não ficam prontas. A questão é que a política de Conteúdo Local, cujo objetivo é fortalecer a indústria nacional, não permitiria tal manobra. A Petrobras já comentou que espera que a empresa cumpra prazos e conteúdo local contratados. As informações são do Valor Econômico

A empresa tem 29 sondas contratadas, 16 delas com estaleiros brasileiros, que enfrentam problemas com prazos e ainda têm controladoras envolvidas na Lava Jato. Cogita-se, inclusive, que a própria controladora da Sete Brasil, também investigada na Operação Lava Jato, o BTG Pactual, entre para o grupo de investigados. Na justiça brasileira, é possível que investigações incluam controladas de envolvidas em determinado crime, em situações excepcionais, como abuso ou confusão patrimonial entre controlador e controlada. Na regra, contudo, a investigação se atém à controlada.

Conforme explicou a Petrobras ao Valor, as sete primeiras sondas foram contratadas para entrar em operação até o final de 2016 -- uma delas ainda em maio deste ano e as outras no ano seguinte --, com conteúdo local entre 55% e 60%. A proposta de compra de sondas no exterior, que a Sete Brasil estaria considerando, precisaria do aval da petroleira. Esta, contudo, destacou para o jornal que "espera que a Sete Brasil cumpra com o prazo e com o conteúdo local contratados".

Um dos estaleiros brasileiros, o Atlântico Sul, com sete sondas encomendadas, é controlada pela Queiroz Galvão e pela Camargo Corrêa. O Enseada, que ficou responsável por seis sondas, tem a Odebrecht, a OAS e a UTC entre seus sócios. A Sete Brasil, contudo, de acordo com o Valor, julga que a situação com os dois estaleiros é contornável. O problema maior seria com o estaleiro Rio Grande, do grupo Engevix, que precisaria entregar sondas, mas que teria um atraso impossível de ser recuperado.

As sondas encomendadas a estaleiros de controle estrangeiro, todavia, não preocupam a empresa. O Brasfels tem seis e o Jurong Aracruz sete sondas encomendadas, em processo adiantado de trabalho.

Nesta semana, a empresa deve receber um empréstimo do BNDES. Os sócios avaliam que, com a grande oferta de sondas no mercado internacional e poucos contratos de exploração, devido à queda brusca nos preços do petróleo, a compra de sondas no exterior poderia ser um bom negócio, inclusive reduzindo preços.