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'Financial Times': Crescimento dos EUA aumenta – mas não aposte nele

Economia americana cresceu mais rápido do que se pensava no 3º trimestre. Vale a pena embarcar?

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"Boa notícia! A economia americana cresceu mais rápido no terceiro trimestre do que se imaginava antes, se expandindo 3,9 % ao ano. Acionistas podem questionar os detalhes. O consumo pessoal cresceu exatamente alinhado com a média de três anos, e menos do que no último ano ou nos últimos dois. Os gastos do governo, particularmente com defesa, sustentaram os números, junto com as exportações. Nenhum deve continuar crescendo", assim começa o artigo do Financial Times, publicado nesta quinta-feira (27/11).

"Os dados podem não ser tão espetaculares quanto a chamada sugere. Ainda assim, os acionistas não deveriam se preocupar – eles têm pouca relação com o investimento.

É um fato que os preços das ações são um melhor (apesar de ainda serem incertos) preditor da economia do que a economia é das ações. Porém, existe uma razão para haver 16.900 economistas profissionais nos EUA, e a Agência de Estatísticas do Trabalho espera 14% a mais na próxima década. Trata-se tanto do triunfo da esperança sobre a experiência das previsões econômicas – ou de uma falsa crença na precisão das previsões dos economistas.

O gráfico mostra que um investidor munido de uma bola de cristal poderia ter ganho muito dinheiro investindo quando o crescimento econômico fosse mais acelerado no futuro. Rendimentos mostraram-se confiantemente mais altos quando se previa que o crescimento econômico seria mais alto em 85 países", prossegue a matéria.

"Se, como na Short View, sua bola de cristal ainda não foi entregue, você tem um problema. O gráfico também mostra o que aconteceu a um investidor que confiou em dados de crescimentos econômicos do passado. O melhor momento para investir era quando o crescimento econômico tinha acabado de ser muito fraco; a intuição é que economias, e ações, tendem a se recuperar de recessões profundas. Por outro lado, o crescimento do passado não fornece informações úteis sobre o que as ações vão fazer.

Mas simplesmente as economias não têm uma  dinâmica, logo o crescimento do passado nos diz pouco sobre o que vai acontecer no futuro.

Por outro lado, a força da crença na recuperação dos EUA, e no mal-estar da Europa, oferece uma oportunidade para o contrário. O público apostou nos Estados Unidos e dispensou a zona do Euro; o desconto de valorização da Europa é muito mais alto do que a média da última década. Apostar contra isso não deve funcionar se as previsões de um crescimento mais acelerado dos EUA e a estagnação da Europa se confirmarem. Mas se pode ter pouca confiança nessas previsões, se analisarmos os números do passado", conclui o artigo do Financial Times.