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Eike será julgado em novembro sobre crime contra mercado financeiro

Ele é acusado de vender ações da OGX sem informar real situação da empresa

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A audiência que vai interrogar Eike Batista por crime contra o mercado financeiro e por uso de informação privilegiada, na Justiça Federal do Rio de Janeiro, tem data marcada, 18 de novembro. No mesmo dia, após pronunciamento das testemunhas de defesa e acusação, pode ser realizado o julgamento da ação.

Decisão do juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Criminar da Justiça Federal, informa que o empresário teria utilizado "por duas vezes de informações relevantes, ainda não divulgadas ao mercado, que tinha conhecimento, propiciando para si vantagem indevida mediante a negociação, em nome próprio, com valores mobiliários". O juiz negou o pedido de anulação da defesa.

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Eike é acusado de vender ações da OGX sem antes informar ao mercado sobre a real situação da empresa. Investidores então teriam comprado os papéis acreditando em uma perspectiva de alta. O empresário teria arrecadado R$ 197 milhões na primeira negociação irregular de ações da empresa, entre maio e junho de 2013, com lucro indevido entre R$ 123 milhões e R$ 126 milhões. Depois, entre agosto e setembro do mesmo ano, obteve R$ 111 milhões com os negócios irregulares. 

A petroleira entrou em recuperação judicial em dezembro, depois de admitir que não conseguiria cumprir as promessas feitas aos investidores. Com a quebra, Eike viu seu império de empresas de mineração, energia e logística, desabar. O ex-bilionário, que chegou a ser o sétimo homem mais rico do mundo, perdeu quase todo o seu patrimônio e deve hoje 1 bilhão de reais a credores, principalmente bancos. 

Os ativos financeiros de Eike teriam sido bloqueados no mês passado, a pedido da justiça, até o limite de R$ 1,5 bilhão, para garantir recursos para ressarcir danos que tenham sido causados aos acionistas.