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Moody's rebaixa nota da Oi para perspectiva negativa

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A Moody's América Latina (Moody's) atribuiu ratings corporativos de Ba1/Aa2.br para a Oi SA, com base na flexibilidade financeira reduzida e indicadores de crédito fracos da empresa, o que a Moody's acredita que resultará em um enfraquecimento da posição concorrencial da Oi. Segundo a agência, a Oi articulou planos para reduzir o gasto de capital e pode não participar integralmente do leilão do espectro 4G no Brasil. 

Em adição, a Oi poderia enfrentar desafios operacionais, concorrenciais ou financeiros relativos ao ambiente competitivo em rápida evolução, o que inclui uma oportunidade para consolidação por meio de fusões e aquisições (M&A). A Moody's acredita que a base de negócios da Oi no Brasil enfrenta pressão de margem derivada de uma mudança desfavorável na combinação de produtos em direção à TV paga e banda larga e pressão de preço inerente ao seu segmento de valor no mercado-alvo. 

Em Portugal, a Moody's espera continuidade do enfraquecimento da receita e pressão de margens, em face da concorrência e da mesma mudança desfavorável na combinação de produtos. A Oi detalhou seus planos operacionais para compensar sua pressão de margem por meio de iniciativas de controle de custos, o que a Moody's estima que deverá resultar em uma melhora modesta nos indicadores de crédito. 

No entanto, a Moody's estima que a alavancagem irá permanecer acima de 4,5x (ajustada pela Moody's) e a empresa deverá continuar consumindo caixa até pelo menos 2016.

Como parte desta ação de rating, a Moody's também rebaixou os ratings da dívida da Oi SA sem garantias para Ba2/Aa3.br, um nível abaixo do rating corporativo, em decorrência de sua posição subordinada na estrutura de capital. A empresa tem endividamento significativo nas empresas subsidiárias da holding, que detêm prioridade na reclamação creditícia sobre a maior parte dos fluxos de caixa operacional.

A Moody's também rebaixou a dívida sem garantias da Portugal Telecom International Finance, BV para Ba2, também um nível abaixo do rating corporativo. A Moody's acredita que estas notas são subordinadas a outras dívidas da PT Portugal SGPS SA e são equivalentes à dívida sem garantias da controladora e fiadora, Oi SA.

A Moody's rebaixou três emissões específicas de notas da Oi SA, que se beneficiam da garantia subordinada da Telemar Norte Leste SA (Telemar), para Ba1. Estas três emissões, as notas em dólares (US$) com juros de 5,5% e vencimento em 2020, as notas em dólares (US$) com juros de 9,5% e vencimento em 2019 e as notas em euros (€) com juros de 5,125% e vencimento para 2017 foram emitidas originalmente pela Telemar, mas transferidas para a Oi SA. A  Moody's acredita que a garantia oferecida pela Telemar seja suficiente para diferenciar a qualidade de crédito destas duas emissões, ante outras obrigações da Oi SA sem garantias.

Por fim, a Moody's retirou todos os ratings da Telemar Participações S.A. diante do pagamento de toda a dívida, seguindo a recente operação de recapitalização .  Estas ações concluem a revisão para rebaixamento iniciada em 18 de julho de 2014.

A perspectiva negativa da Oi reflete os desafios operacionais e estratégicos atuais, a incerteza e as perturbações relacionadas à recente perda de investimento da subsidiária Portugal Telecom.